Reportagem: Miguel Sá | Fotos: The Town - Divulgação
A LPL já chegou em maio com cronograma e equipamentos confirmados após as primeiras reuniões no início do ano. A empresa também trabalha com a Rock World no Rock in Rio e, ainda que o conceito dos eventos seja bem próximo, a diferença de cidade e local traz alterações importantes na operação da infraestrutura de iluminação. “Por incrível que pareça o acesso ao autódromo de Interlagos é um pouco mais complicado que na Barra da Tijuca (no Rio de Janeiro). Outra coisa que impacta é que a Cidade do Rock(Rio de Janeiro) é plana. Em Interlagos temos muitos altos e baixos(no terreno). Outra coisa que impacta é que pegamos a Cidade do Rock pronta. Já em Interlagos começamos a montar ainda finalizando as obras, o que impactou muito pra gente. Quando liberaram a instalação, por exemplo, nas torres de plateia tivemos um tempo curtíssimo para entregar a luz pronta, mas demos conta e entregamos ainda respeitando o cronograma de montagem.”, detalha Caio Bertti, sócio da LPL com Rafael Auricchio, Bruno Lima e os fundadores da empresa, Cesio Lima e Luiz Auricchio.
A LPL tem experiência em eventos no Autódromo de Interlagos, mas ela acaba não servindo para muita coisa pela diferença entre estes outros festivais e shows e o The Town. “Não tem nada a ver um festival com outro. Principalmente o The Town. Ele é uma cultura de evento diferente, muito próxima do que o Rock in Rio, porém muito diferente dos outros festivais, até porque no The Town eles montaram o posicionamento dos palcos de uma maneira muito diferente do que sempre foi feito lá no Autódromo (em outros eventos). Embora o The Town tenha sido um festival aparentemente menor que o Rock in Rio, nós utilizamos mais gente. ALPL estava com mais de 150 profissionais. Houve dois ou três turnos de trabalho dependendo de algumas funções. Neste ano tivemos ainda o mesmo time (do Rock in Rio) no front of House com o Paulo lebrão e sua equipe, que costumava ser contratada pela LPL mas que desta vez foram contratados diretamente pela Rock World como fornecedora de gestão da house Mix.”, completa Caio Bertti.
Entre as semelhanças com o Rock in Rio está o fato de o projeto ser de Terry Cook. Outra é a forma como o trabalho se desenvolve. “No The Town a receita para o relacionamento com os artistas é a mesma do Rock in Rio: começa com um e-mail introdutório do Terry se apresentando e apresentando as empresas e os profissionais. Então o Terry manda todos os detalhes do Festival e o link do Dropbox, que é abastecido semanalmente com novas plantas e novas informações conforme a necessidade. Nesse link tem o showfile do festival já para Grand MA 3 e Grand MA2, além de todas as plantas e todas as listas. A partir daí as bandas mandam as suas necessidades, sejam de luz no teto como de chão. A maioria é de chão, mas algumas pediram para que a gente conseguisse encaixar pequenas mudanças no teto. Foi muito menor o desafio do teto com relação ao Rock in Rio, mas houve sim, quem customizasse a planta de chão e teto”, relembra Caio Bertti.
Sempre que vai fazer um novo evento, há novidades no mercado que podem ajudar um pouco mais no trabalho. Entre os investimentos feitos pela LPL para o The Town está a compra de um sistema de gerenciamento de tráfego de dados Luminex. “É um sistema belga que tem poucos anos de lançamento. Ele é 100% focado no ramo de entretenimento e dá uma segurança e uma gestão tecnológica na automação e na integração de dados entre locais. A partir da mesa principal do Festival, na house Mix do palco Skyline, eu tinha condição de programar todos os refletores da tirolesa, da saída, da chegada, da área Vip e dos estandes que estavam naquela área, de todas as torres de plateia e até da housemix do outro palco, o The One. Além disso, eu conseguia ter acesso à informação que passava por fibra e da rede do switchers de cada load de cada mesa de controle. Foi um dos nossos Highlights de investimento, detalha Bertti.
Entre os artistas que procuraram recursos mais direcionados aos shows, Caio Bertti cita Bruno Mars e Foo Fighters. “O Bruno Mars trouxe alguns equipamentos que ele viaja em sua própria turnê. Não foi a primeira vez que a LPL teve contato com a equipe deles. O light designer, que é o Whitney Roversten, que já veio na primeira vez que a Beyoncé esteve no Brasil. Acho que acho que eles foram os que mais trouxeram equipamentos. O Dan Hadley (Foo Fighters) também trouxe um kit próprio, mas era da própria LPL e é um kit que estava viajando desde Curitiba”, destaca Bertti, completando que outros artistas também pediram algumas configurações customizadas.
Caio Bertti também comemorou o prosseguimento da atuação da LPL no segmento de LEDs. “Fornecemos, por exemplo, 140 metros de painéis de LED na torre da tirolesa da Heineken e em outras ativações para marcas como KitKat e Seara. Tivemos também uma equipe grande para os painéis de LED extras de banda. A Iza, por exemplo, usou um painel transparente criado pela Light designer Mariana Pitta. Foi um projeto muito bacana e audacioso. Foi a primeira vez que o painel transparente com automação foi apresentado como solução no festival por um artista nacional. E tinha um paredão de luz atrás, então foi um resultado bem bem legal”.
O empresário também apontou a importância do palco The One, colocando ele quase como um outro palco principal. “O The One tinha muito mais equipamento comparado ao palco Sunset, no Rio de Janeiro, e os artistas nacionais criaram grandes espetáculos. O Seu Jorge, com um tremendo equipamento de iluminação do chão e o projeto do Eric Bertti muito bem executado, foi muito bom. O Paulo Roda também entregou uma cenografia gigantesca e uma iluminação grandiosa também para o Jão. Pablo vittar fez um um show grande com bastante extra, e o show da Pitty também foi ótimo no palco Skyline. Enfim, todos os artistas nacionais entregaram shows de altíssimo nível”, comemorou.