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SUMÁRIO / Matéria de capa

Rio das Ostras Jazz & Blues Festival 2024

27/07/2024 - 11:52h
Atualizado em 19/08/2024 - 17:59h

Reportagem: Miguel Sá | Fotos: Cezar Fernandes / Miguel Sá / Divulgação
 

Mais uma vez, a cidade de Rio das Ostras brilhou durante os quatro dias do Rio das Ostras Jazz & Blues Festival. Para comemorar a 20ª edição, além de manter o alto nível de sempre com artistas inéditos, foram trazidas algumas atrações que marcaram época, como o baixista camaronês Richard Bona, Romero Lubambo com Otmaro Ruiz, Mohini Dey e Rodney Holmes, e o James Carter Organ Trio, com James Carter, Gerard Gibbs no Hammond B3 e Alex White na bateria. Outro destaque foi a banda Spyro Gyra, destaque da cena fusion nos anos 1980 e 90, que comemora 50 anos de carreira com Jay Beckenstein, Julio Fernandez, Scott Ambush, Lionel Cordew & Chris Fischer na formação.

 

O público em Rio das Ostras ainda pôde ver o quarteto de Celso Pixinga, um dos grandes nomes do baixo brasileiro, a baixista polonesa Kinga Glynk, o eterno vocalista do Ira!, acompanhado pelo guitarrista Otávio Rocha, e a apresentação de um dos maiores nomes do instrumental brasileiro, o bandolinista e guitarrista Armandinho Macedo com o acordeonista Chico Chagas.

Tocaram também, entre outros nomes, o power trio australiano liderado por Lachy Doley, Kenny Brown, que esteve presente na primeira edição do Festival, Tommy Castro & The Painkillers, a banda brasileira AfroJazz e Victor Biglioni, acompanhado da cantora Taryn Szpylman, tocando o repertório do álbum de blues que gravou com Cassia Eller nos anos 1990, lançado recentemente.

 

 


Victor Biglioni e a cantora Taryn Szpylman. Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

 

As atrações se dividiram por quatro palcos: o Costazul, que é o principal, na Cidade do Jazz; o Boca da Barra, que substitui, já há dois anos, o antigo palco na Praia da Tartaruga; o da Lagoa de Iriry, em formato de arena, que é uma das marcas do festival; e o Palco São Pedro, na concha acústica que fica no centro da cidade de Rio das Ostras.

 

 


 

 

Sonorização dos palcos

No palco Costazul, a mesa de mixagem utilizada foi a Digidesign Venue Profile. Para a sonorização principal, foram instaladas 16 caixas do modelo FZ J08A e seis subwoofers J212A suspensos de cada lado, além de mais 24 subwoofers FZ 218 A. A mesa de monitor foi a mesma que a de P.A. As caixas de monitoração para os artistas incluíam FZ 102, SM 400, um subwoofer de bateria FZ 218, e os monitores laterais consistiam em quatro unidades FZ 112 e quatro FZ 218. Entre os microfones disponíveis estavam modelos como Shure Beta 91, SM 81, Beta 52, Beta 58, Beta 57, SM 57 e 58, AKG D112 e C1000, e Sennheiser 604.

 

 


Afrojazz no palco Costazul. Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

 

No palco Iriry, o sistema de som utilizado foi um line array com seis unidades no L&R principal, três em cada lateral do palco e dois subwoofers no chão de cada lado. Para o P.A., foi empregada uma mesa Digi Venue e, para o monitor, uma Yamaha LS9. No palco Boca da Barra, foram utilizadas oito caixas de cada lado com 16 subwoofers. As mesas de mixagem para o P.A. e o monitor eram Yamaha M7CL, com monitores SM 400 e um subwoofer de bateria FZ 218. No palco da Praça São Pedro, o sistema teve oito caixas FZ 112 e oito FZ 218. As mesas LS9 foram utilizadas para gerenciar o monitoramento e o P.A. Todos os palcos contaram com kits de microfones semelhantes aos do palco Costazul.

 

 


A baixista polonesa Kinga Glynk, no Palco Iriry. Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

 

A equipe envolvida nos três palcos foi composta por 16 profissionais, entre profissionais de São Paulo e funcionários da SS Produtora de Eventos, empresa responsável pelo som do festival.

 

 


 

O som na mão dos artistas

 


Patrick Murray e Jerubal Liasch. Foto: Miguel Sá

 

 

Em time que está ganhando não se mexe. Como nos anos anteriores, Jerubal Liasch coordenou a parte de áudio do festival. Ele também operou o som da maioria das atrações, com exceção da baixista Kinga Glyk, que teve o irmão Patrick Glyk operando P.A. e monitor. Patrick também era o nome do engenheiro de som responsável pela banda Spyro Gyra, mas o sobrenome dele era Murray. Tommy Castro and the Painkillers teve Matt Schofield também no P.A. e monitor. Bruno foi o engenheiro de som do Afrojazz, única atração brasileira que trouxe o próprio técnico de som.

 

 

 


Marco Antônio Liasch. Foto: Miguel Sá

 

 

Patrick Glyk e Matt Schofield tiveram também acesso às mixagens de monitor dos artistas com quem trabalharam. Patrick operou ele mesmo os monitores. Matt apenas quis ouvir o que estava acontecendo no que já vinha pronto do palco, onde Marco Antônio Liasch estava cuidando do monitor. "O irmão da Kinga queria fazer, na console dele, o P.A. e o monitor. Mandamos as voltas para ele. Já o Matt, do Tommy Castro, trouxe o mixer do P.A. e pediu um splitter (do som do monitor), mas foi tudo feito no palco", contou Jerubal.

 

 


Matt, engenheiro de som de Tommy Castro. Foto: Miguel Sá

 

 

O coordenador do áudio de Rio das Ostras já conhecia Patrick Murray de quando ele veio com John Scofield em outra edição do festival, e os trabalhos transcorreram de forma tranquila. Já entre as outras atrações, Jerubal Liasch operou o som de Richard Bona não só em Rio das Ostras, como nos outros shows que ele fez no Brasil na mesma temporada, em lugares como o Blue Note Rio. "Depois que fiz o The Town (2023, em São Paulo) com ele, Bona me escolheu para ser o engenheiro de som dele na América do Sul", comemora o engenheiro de som.

 

 


 

Instrumentos e logística

 

Uma parte fundamental no som dos artistas são os instrumentos musicais. Os artistas que circulam nos festivais de jazz não têm um orçamento tão grande quanto os artistas do pop mainstream, mas todos eles têm, como característica fundamental, alguma sonoridade ou instrumento em particular do qual não podem abrir mão. No caso, por exemplo, do James Carter Organ Trio, é fundamental o uso do órgão Hammond e da caixa Leslie original. A banda Spyro Gyra também tem de usar uma série de teclados capazes de reproduzir a sonoridade bem específica da banda. E tudo isso tem que circular pelos palcos do festival. Por isso, a logística é um ponto crítico, considerando tanto as trocas nos cinco shows diários do palco Costazul como o transporte dos instrumentos entre os palcos.

 

 


Spyro Gyra no Palco Costazul. Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

 

Este ano, o festival teve uma necessidade forte de teclados. Foram providenciados onze diferentes, atendendo às demandas específicas dos artistas. A banda Spyro Gyra utilizou teclados com capacidade para reproduzir os timbres característicos da época, como os Yamaha Motif XF8 e XF7. Outro destaque foi a customização feita por Lachy Doley em um clavinete próprio, adicionando uma alavanca para controlar efeitos como drive e distorção, com o teclado analógico podendo criar sonoridades como a de uma guitarra com pedal wah-wah. Lach também usou o mesmo Hammond usado por Gerard Gibbs, organista que tocou com James Carter, com a diferença de não usar os pedais de baixo, já que o trio de Lach Doley contava com um baixista. O mesmo Hammond foi usado na banda de Tony Castro. “O Hammond foi usado em seis shows diferentes e é o desafio de sempre: carregar uma coisa pesada, lenta, que tem que tomar um cuidado para não quebrar, mas é o jeito, né? Porque não dá para ter dois. Esse ano tivemos muitos teclados. Foram 11 diferentes”, indica Big Joe Manfra, que fez parte da produção do festival.

 

 


Lachy Doley no Palco Iriry. Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

 

Os amplificadores também são parte fundamental nas sonoridades. Romero, um dos guitarristas, usa dois amplificadores Fender Twin Reverb 65 Reissue, um para guitarra e outro para violão. O mesmo modelo foi usado, basicamente, para as guitarras do festival em geral. Para os baixos de Mohini Dey (que tocou com Romero Lubambo) e Richard Bona foram usados cabeçotes Mark Bass Little Mark 800 com gabinete Mark Bass 104HF. No Spyro Gyra, o baixista Scott Ambush utilizou um cabeçote Aguilar DB 751 W com gabinete da mesma marca DB410. Celso Pixinga usou cabeçote Ampeg SVT Classic com gabinete SVT 810, assim como o baixista da banda de Tommy Castro. Kinga usou um simulador de cabeçotes dela. A parte de backline foi feita pela empresa Só Palco.

 


 

Os shows

 

Os convidados de 2024 fizeram justiça a um elenco sempre de primeira linha: desde 2004, já estiveram no festival músicos como Wagner Tiso, Victor Biglione, Hamilton de Holanda, Banda Black Rio, Armandinho Macedo, Ithamara Koorax, Banda Mantiqueira, Banda Azymuth, Stanley Jordan, David Sanborn, Robben Ford, John Scofield, Mike Stern e muitos outros.

 

Neste ano, o festival teve uma predominância do jazz em relação ao blues, com vários representantes do fusion brasileiro, como o baixista Celso Pixinga e o acordeonista Chico Chagas com seu quarteto, convidando o guitarrista e bandolinista Armandinho Macedo. Do pessoal de fora, a novidade revelação foi a baixista Kinga Glyk. A comemoração da 20ª edição fez com que voltassem algumas atrações de muito sucesso, como o saxofonista James Carter e o baixista Richard Bona.

 


Kinga Glyk no Palco Costazul. Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

O blues teve muitos brasileiros defendendo suas cores, como o cantor Nasi, eterno vocalista do Ira!, que contou com o guitarrista do Blues Etílicos Otávio Rocha em sua banda, e Victor Biglione homenageando Cássia Eller tocando o repertório do álbum de blues que os dois cantaram juntos no início dos anos 1990, com Taryn Szpilman no vocal. Tommy Castro and the Painkillers e Kenny Brown – que participou da primeira edição do festival – foram os artistas de blues vindos de fora que marcaram presença este ano. O trio do tecladista australiano Lachy Doley marcou a presença do blues rock mais pesado que o festival tradicionalmente apresenta.

 

A Revista Backstage acompanhou os shows de Celso Pixinga, Lachy Doley, Chico Chagas com Armandinho, Tommy Castro, James Carter Organ Trio, Romero Lubambo com Otmaro Ruiz, Mohini Dey e Rodney Holmes, Spyro Gyra e Richard Bona.

 


 

 

Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

 

Richard Bona

O baixista fez um dos melhores shows do festival, como já era de se esperar pelas vezes anteriores em que veio com o guitarrista Mike Stern, em 2006, e com o trabalho solo em 2007. A banda, em uma formação com bateria, teclado, sopro e guitarra, estava entrosada e funcionava como a extensão do pensamento musical do baixista, totalmente sincronizada nas convenções e dinâmicas, e com excelentes solos. Bona tocou com a naturalidade de quem tem a música como primeira língua. Além de improvisos criativos, tudo parecia muito fácil no instrumento, mesmo nos momentos em que também cantava, que não foram poucos. O baixista foi acompanhado por Alexandre Jean D'Herichon, Michael André Lecoq, Nicolas Viccaro e Guido Della Gatra.

 

 

 

Jerubal Liasch. Foto: Miguel Sá

 

Vale destacar a qualidade do som feito por Jerubal Liasch, mixado de forma que ficasse claro o protagonismo do baixista mas mantendo um equilíbrio geral muito bom.

 


 

Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

Spyro Gyra  


Entrosamento pode ser colocado como uma característica marcante do Spyro Gyra. As composições bem estruturadas foram executadas em total sintonia pela banda. Tudo muito bem exposto no som de Patrick Murray. No repertório, várias composições de sucesso em um setlist que tinha Old San Juan / Heliopolis, Arianna, Percolator, De La Luz, Good to Go e Daddy’s Got a New Girl.

 

 


 

Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

Romero Lubambo com Otmaro Ruiz, Mohini Dey e Rodney Holmes

O guitarrista e violonista brasileiro montou um supergrupo no qual a jovem baixista indiana Mohini Dey teve destaque, com ótimos improvisos no instrumento que ganha cada vez mais destaque nas formações jazzísticas. Romero mostrou a elegância e criatividade pelas quais é conhecido e um som bonito de violão no amplificador Fender, mais usado, em geral, para guitarra.

 

 


 

Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

James Carter Organ Trio

O trio do saxofonista teve o organista Gerard Gibbs, que também veio em 2006, e o baterista Alex White. O saxofonista passeia, com técnica, musicalidade e criatividade, do cool jazz ao free jazz com muita fluência. A impressão era ressaltada também pela dinâmica e sincronia do grupo, com o organista harmonizando e improvisando enquanto fazia complexas linhas de walking bass nos pedais do Hammond, e o baterista acompanhando as texturas musicais de Carter. O saxofonista, por sua vez, é capaz de qualquer som – limpo ou “sujo”, como fazia às vezes até mordendo a palheta – nos saxofones das regiões mais graves ou agudas, provocando reações intensas da plateia tanto pela performance, com alguns momentos mais performáticos, como pela delicadeza e complexidade das frases musicais improvisadas.

 

 


 

Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

Tommy Castro & The Pain Killers

A banda de Tommy Castro representou bem o blues no Festival, com a plateia muito envolvida e dançante durante os shows tanto em Iriry quanto no Palco Costazul. O guitarrista e cantor competente foi acompanhado por uma ótima banda que explora bem as sonoridades do gênero, com o som de Matt Schofield. Vale destacar a participação do guitarrista brasileiro Big Joe Manfra, mais uma vez mostrando um dos melhores sons de guitarra que se pode tirar tocando blues.

 

 


 

Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

Chico Chagas com Armandinho

O acordeonista foi acompanhado pelo quarteto com os músicos Felipe Dias, Rogério Freire e Dhyego Silva, além da çparticipação do guitarrista e bandolinista Armandinho. A banda afiada evocou de Egberto Gismonti a Dominguinhos em um show já muito bom e competente antes da entrada de Armandinho, que é um dos gênios da música brasileira. Nos temas tocados em conjunto, os dois esbanjaram boa técnica e frases musicais criativas, acompanhados pelo excelente quarteto, no que foi um dos melhores shows das atrações brasileiras.

 


 

Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

Lach Doley

Das atrações do Festival, foi a que mais chegou perto das fronteiras do blues com o rock, evocando, na sonoridade pesada e distorcida, clássicos dos anos 1960/70, como Jimi Hendrix e Led Zeppelin. O instrumento principal de Lach era um clavinete dos anos 1970, customizado com o qual ele viaja. O clavinete tem uma espécie de alavanca que permite a ele trabalhar efeitos como vibrato e wah-wah, ampliando a expressividade do som em um ótimo show.

 


 

Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

Celso Pixinga

Um dos grandes nomes da música instrumental brasileira, a presença de Pixinga é mais um sinal do prestígio do contrabaixo como instrumento protagonista, situação da qual ele é um dos responsáveis no Brasil. Durante o show, foi acompanhado por Maurício Leite na bateria – um dos melhores e mais conhecidos do Brasil –, Tato Andreatta nos teclados e Álvaro Gonçalves na guitarra. Durante o show, foram tocados temas dentro da linguagem típica do jazz fusion com o virtuosismo reconhecido do baixista de São Paulo. O show ainda teve o momento da apresentação de Aninha Deleones: baixista de 16 anos apresentada como um prodígio do instrumento. Acompanhada por bases pré-gravadas, ela mostrou talento e técnica, indicando que, no futuro próximo, pode se tornar uma das grandes do instrumento.

 

O Rio das Ostras Jazz & Blues é uma realização da Prefeitura de Rio das Ostras, Fundação Rio das Ostras de Cultura e Governo Federal – Ministério da Cultura. A correalização foi do Sindicomércio, com apresentação do SESC, tendo o apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. O patrocínio é do Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa, das empresas Sapura, Vallourec, Oceânica, Paiol, Supermercado Azul, Rio+ Saneamento e Suga Tudo, com apoio do SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto e Alternativa Internet. A produção é da Azul Produções Artísticas.

 

 


 

 

Stênio Mattos e os 20 anos do Festival de Rio das Ostras

 

Foto: Miguel Sá

 

A 20ª edição do Rio das Ostras Jazz & Blues Festival, realizada entre 30 de maio e 2 de junho, trouxe impacto significativo à economia local e à satisfação do público. Pela primeira vez, a Prefeitura de Rio das Ostras, em parceria com a empresa Montreal, utilizou tecnologia de inteligência artificial para registrar com precisão cerca de 20 mil pessoas no evento em 2024. Segundo a Secretaria de Turismo, o festival injetou R$ 9 milhões na economia local, com 95% de ocupação hoteleira e geração de 210 empregos temporários. A maioria do público era composta por homens (53,5%) e casados (62,5%), com nível superior completo e renda entre 2 a 4 salários mínimos. A pesquisa mostrou que 92,2% dos visitantes voltariam à cidade e 69,1% foram motivados pelo festival. Com alta aprovação, 62,2% disseram que o evento excedeu suas expectativas, destacando shows, organização, estrutura e programação como pontos fortes.

 

 

Como surgiu a ideia do Festival e o que pode falar sobre o desenvolvimento desses 20 anos?

A melhor coisa desses 20 anos eu senti este ano, ao ver aquela pujança que era antes da pandemia e até antes de 2016, 2017. Depois, tivemos a crise financeira e a pandemia em 2021, mas este ano, andando pela cidade, vi todos aqueles turistas voltando. Acho que a repercussão da comemoração e a matéria que saiu na Downbeat, nos elegendo de novo entre os 10 maiores festivais do mundo, contribuíram para isso. É uma junção de coisas que fizeram essa edição ficar maravilhosa.

 

 

Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 

Como surgiu a ideia de fazer esse festival aqui em Rio das Ostras e por que Rio das Ostras?

A ideia começou lá em 2000, quando o secretário de turismo na época, Gilberto Menezes, que era um amigo de infância, me falou que queria algo diferente na cidade. Em Rio das Ostras havia uma predominância de outros gêneros musicais. Trazer o jazz foi uma quebra de paradigma. Criei o Rio das Ostras Instrumental e chamei nomes da cena musical instrumental brasileira, como Paulo Moura e Cama de Gato. A partir daí, vimos que poderíamos fazer um festival de jazz, o que era o meu sonho. O prefeito da época e o Gilberto apoiaram a ideia, e assim começamos.

 

E agora com a entrada do Sesc, qual é o impacto?

Foi uma junção. Com a continuidade, conseguimos atrair o Sesc e empresas que viram o potencial do festival. Hoje não dependemos mais da prefeitura. O festival agora vai continuar a cada ano melhor.

 

Ele também formou um circuito, né? Deu origem ao circuito de jazz.

O festival de Rio das Ostras foi o pai da criação de um circuito de festivais a partir de Rio das Ostras, através do Sesc. Esse circuito inclui cidades como Búzios, Paraty, Barra do Piraí, Casimiro de Abreu e Miguel Pereira.

 

Foto: Cezar Fernandes/Divulgação

 


 

Leia algumas das matérias de anos anteriores do Rio das Ostras Jazz & Blues Festival

 

Rio das Ostras 2023
https://www.revistabackstage.com.br/sumario/sumario/rio-das-ostras-jazz-blues-festival

 

Rio das Ostras 2022
https://www.revistabackstage.com.br/sumario/sumario/jazz-no-estado-do-rio-de-janeiro

 

Rio das Ostras 2021
https://www.revistabackstage.com.br/sumario/sumario/rio-das-ostras-jazz-blues-2021

 

Edição 238 - Setembro 2014
https://www.revistabackstage.com.br/uploads/images/editor/backstage_238.pdf

 

Revista Backstage Setembro 2011 (Entrevista com Stênio Matos):
https://www.calameo.com/read/00030568438331e6ad311

 

 

 

 

 

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