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SUMÁRIO / Matéria de capa

Paul McCartney

06/01/2024 - 22:54h
Atualizado em 12/01/2024 - 17:33h



Reportagem: Miguel Sá | Fotos: Leonardo Costa

 

Em 1990, na primeira vez que Paul McCartney veio ao Brasil, o país ficou agitado com a primeira vinda de um Beatle para tocar no país. Foram duas noites no Maracanã antigo, quando este ainda era o maior estádio do mundo. As mais de 180 mil pessoas fizeram o show entrar para o Guiness como o que teve o maior público pagante para assistir a um artista. Na segunda vinda ao Brasil, em 1993, foram shows em São Paulo e Curitiba, também lotados.

 

Após os shows de 1993, viria um longo jejum do ex-beatle por aqui. Ele demorou 17 anos para voltar ao Brasil – quase o período entre o fim dos Beatles e sua primeira vinda – e algumas mudanças aconteceram nesse tempo. Entre elas, o fato de a Gabisom fornecer os equipamentos de sonorização das turnês de Paul por aqui a partir de 2010, quando veio com a Up and coming tour. Os shows desta turnê foram em São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS), em novembro de 2010, e Rio de Janeiro (RJ) em maio de 2011.

 

Em 2013 Paul voltou ao Brasil, dessa vez com a turnê Out There, que começou passando pelas cidades de Belo Horizonte (MG), Goiania (GO) e Fortaleza (CE) em maio de 2013. Em 2014, ainda na mesma turnê, Paul tocou em Cariacica (ES), Rio de Janeiro, Brasília (DF) e São Paulo. O país não precisou esperar muito até os próximos shows, na One on one tour. Em 2017 Paul McCartney tocou em São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador (BA), voltando ainda em 2019 com a Freshen up tour em São Paulo e Curitiba. “Nas primeiras turnês, eles pediram sistemas da Meyer Sound, na época usamos Milo, Mica e 700HP”, relembra Peter Racy, da Gabisom.

 

Got Back Tour

A turnê passou pelos grandes estádios de cinco cidades: Brasília (onde também fez um show para cerca de 400 pessoas no Clube do Choro), dois dias em Belo Horizonte, três em São Paulo, um em Curitiba e um no Rio de Janeiro. A equipe de Paul McCartney já veio com todo o Kit de palco, de backline e monitor. “A Gabisom forneceu todos os PAs, processamento e amplificação “chamados comumente de ‘Racks and Stacks’”, comenta Peter Racy, da Gabisom.  

 

 

Os primeiros contatos para saber o que a Gabisom forneceria começaram em março de 2023. Para a que está sendo, talvez, a última turnê do artista de 81 anos, foi usada uma estrutura de sonorização bem parecida com a da vinda anterior: sistema K1/K2 da L-acoustics, e subs KS-28 que, desta vez, foram montadas no chão em dois blocos, cada um embaixo de um telão de LED. A configuração geral do sistema ficou com quatro PA’s principais com 18 elementos cada, quatro delays com 12 elementos em cada torre,  16 Subs no Fly, 32 no chão e 16 caixas de Front-Fill.

 

 

Os anos de trabalho em parceria trazem confiança e diálogo entre a equipe de Paul McCarntney e a Gabisom. “Eles usaram a nossa sugestão de sistema. Nós propusemos os sistemas e as quantidades para aprovação deles. A pedido da equipe de Paul, cada lado de 16 subs foi montado em um arco virtual com delay, pois o centro tinha muita coisa entre elevador, câmeras, iluminação e efeitos. Adicionamos subs no Fly por conta própria (não foi pedido pela equipe de Paul McCartney)”, acrescenta o profissional de áudio da Gabisom.

 

 

 

Logistica

Com cinco cidades diferentes em oito datas, a logística de viagem e montagem se torna algo essencial para o bom funcionamento de todo o trabalho. “A Gabisom forneceu dois sistemas idênticos que alternavam entre as praças. Desta maneira, Os sistemas de PA e Delay já estavam montado quando a tour chegava para fazer o load-in deles. Isto tira muita pressão de todos, permitindo montagens mais tranquilas e organizadas, sem que as equipes se atrapalhem mutuamente. Eles tem uma montagem grande, com todos os LEDs, e a maior parte da Iluminação, além, é claro, do backline no palco e monitor. Não seria bom para ninguém se nós estivéssimos montando PA, delay e subs no meio disso tudo.  Desta maneira, foi supertranquilo para todos”, comemora Racy. A Gabisom teve, em cada local, uma equipe com sete a nove técnicos.

 

 

O show aconteceu em cinco estádios distintos, e claro que ocorrem pequenas diferenças entre os locais, que podem ter características mais ou menos favoráveis à sonorização. “As Configurações mudam um pouquinho para adequar-se às diferenças entre os estádios, mas são praticamente iguais em todos os sentidos. No Allianz em SP tivemos delays montados no teto do estádio em vez de quatro torres. Isto porque os delays do teto do Allianz ficam instalados permanente. O estádio Mané Garrincha, em Brasília é muito alto, com 45 metros. É muito difícil chegar bem com o som lá em cima. Já o Maracanã não é alto, mas é muito largo, obrigando os delays a atirarem o som bem mais longe do que o normal.”, detalha Peter Racy.

 

 

Concepção de sistema

Ainda que o artista seja da “velha guarda”, Peter Racy aponta que a concepção da sonorização é de acordo com os padrões de sonorização atuais e sem uso de muitos equipamentos analógicos. “É tudo digital: mesa, periféricos e processadores do sistema. Claro que no palco o set-up de cada um conta com a preferência de cada músico”. Peter já não vê motivos para o uso de equipamentos analógicos em som ao vivo. “De modo geral eu não detecto a diferença em uma banda que utiliza o Analógico. O Red Hot Chilli Peppers, por exemplo, utilizou mesa e todos os periféricos analógicos (na última turnê brasileira). O som deles ficou muito bom, o melhor que já ouvi esta banda soando, porém eu atribuo isto à mão do engenheiro de som, que é o Toby Francis, antigo da Clair, e não tanto ao formato do equipamento”, finaliza.

 

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