TBT Ivete no Maracanã: tudo sobre a gravação do DVD
11/03/2021 - 16:09h
Atualizado em 11/03/2021 - 18:40h
Reportagem: Miguel Sá
redacao@backstage.com.br
Colaborou: Leandro J. Nazário
Fotos: Miguel Sá e Leandro J. Nazário
O show e a gravação do DVD de Ivete Sangalo são eventos dos mais grandiosos já relizados no showbusiness musical brasileiro. O projeto foi, enfim, realizado. A gravação foi feita de uma tacada só, em um dia, no Maracanã, mas não sem alguns problemas.
O Maracanã é conhecido pelos cronistas esportivos como “O maior do mundo”. Sendo assim, o esquema do som e da gravação de um DVD no estádio também não deixaria de ser algo grande e complexo. Para realizar um evento de tal amplitude, a banda tem de estar bem ensaiada, o show bem roteirizado e a produção tem de contar com os melhores profissionais em som, luz, cenário e gravação. E foi isso que aconteceu. Kalunga e Lázzaro, já há muitos anos na equipe de Ivete, pilotaram o som fornecido pela Gabisom com a ajuda da equipe da empresa de sonorização, composta por Valtinho, no apoio do P.A., Lucas Gondim no monitor e Renato Oliveira na gerência técnica, entre outros.
Valtinho e Kalunga na housemix
A gravação do show, produzido por Alexandre Lins, foi feita por um dos mais experientes e requisitados técnicos de som do país, Flávio Senna, que contou com duas Amek Recall operando um total de 84 canais de Pro Tools. O estúdio foi montado em contêiner no Maracanã, na parte coberta atrás do local onde ficam as gerais. Um dos aspectos mais trabalhados na captação de áudio foi a gravação do som ambiente de platéia. Foram 20 microfones em vários locais do estádio.
Alexandre Lins produziu a maioria dos discos de Ivete
Para que tudo dê certo, é necessário um trabalho coordenado entre a parte de som, gravação, luz e área cenográfica. Neste projeto houve reuniões técnicas gerais, onde foram discutidas questões como quantidade de torres de delay, a possibilidade de colocação de equipamentos de iluminação nelas, altura e posicionamento da housemix no gramado para que a captação de imagem não fosse prejudicada e diversos outros aspectos nos quais cada equipe teve de se ajustar para que o trabalho ficasse bom para todos.
A gravação
Este novo DVD teve o repertório de 27 músicas baseado no disco As Supernovas e nos grandes sucessos da cantora. “A produção começa desde a escolha do repertório, pensando como é que ele vai funcionar para o show, para que flua de uma forma bacana no DVD”, expõe Alexandre Lins, que trabalha com Ivete desde o segundo disco da carreira-solo dela. “Depois, vêm as concepções técnicas, de como mixar, como gravar e tentar antever ao máximo as questões para dar tudo certo”. Uma das providências é trabalhar com uma equipe que esteja acostumada a trabalhar junta. Os profissionais de gravação de áudio e de imagem envolvidos no projeto já se conheciam de outros DVDs produzidos por Alexandre.
Caixas de front fill, cobertura até 10 metros à frente
O vazamento do som de P.A. nos microfones de palco, que captam os instrumentos, sempre tem de ser levado em conta. Os sistemas em line array facilitaram muito este tipo de trabalho, já que emitem o som de forma bastante controlada na platéia. Neste show também foram construídas novas soluções de monitoração de side fill para que não houvesse vazamentos no microfone de voz, além dos painéis de acrílico, que impedem a emissão excessiva dos instrumentos percussivos fora da área em que serão captados.
Painéis acrílicos evitaram vazamento excessivo de som da percussão para a voz
“O acrílico tira um pouco da energia das percussões. Eles (os percussionistas) tocam bacurinha com baqueta, produzindo transientes absurdos. (Com o painel acrílico) eles até chegam ao microfone, mas com atenuação. Se solar a voz dela, tem um vazamento típico de estúdio, que não é problema nenhum”, afirma Flávio Senna.
Sistema Pro Tools HD Accel em Macintosh com processador Intel
O setup do estúdio de gravação incluiu duas Amek Recall – uma para Ivete e banda e outra para convidados e voltas de efeito, somando um total de 84 canais –, um Pro Tools HD Accel com placa PC Express, rodando em um Macintosh com chip Intel gravando em 88 canais. O auxiliar Flávio Neto explicou que os quatro canais extras estavam gravando em branco para que, caso ocorresse problemas em um dos canais de gravação, não fosse necessário parar o sistema para abrir um novo input. Além deste cuidado, havia máquinas Tascam DA 78 para backup.
Quando a voz chega às Amek Recall, o técnico Flávio Senna evita colocar inserts de compressão para os artistas, os quais já conhece, como é o caso de Ivete Sangalo, que ele já grava há bastante tempo. Já com Alejandro Sanz e Buchecha ele colocou uma compressão pronta para ser ligada em caso de necessidade. “Na hora, o artista emite um pouco mais mesmo”. O técnico tem uma passagem de som sem as caixas de P.A. ligadas para fazer o ajuste dos timbres”. Depois dela, Flávio não mexe mais no som.
Os ajustes de timbre posteriores são feitos só na mixagem. Um dos pontos que não podem ser esquecidos é a captação do público. “Temos de distribuir bem os microfones. Não temos passagem de som para microfone de ambiente, e é um dia só (de gravação)”, expõe Alexandre. Aí entra a experiência de Flávio Senna, que inclusive já havia gravado o show da banda adolescente mexicana Rebeldes no Maracanã. “Tem de sonorizar os microfones nos ambientes onde as pessoas estão cantando e aplaudindo”, diz, comentando que, em geral, a área da arquibancada é onde fica o público menos empolgado.
Flávio Senna e os últimos ajustes antes de gravar
O técnico trabalhou com 20 microfones, 18 do tipo shot gun, da Sennheiser, de modelos diferentes, e dois Crown PZM estéreo para captação geral do ambiente. A partir daí, o técnico distribuiu dez microfones de tiro mais curto na frente da área do palco, quatro distribuídos na parte de cima da housemix e mais quatro na torre de delay central, apontados para a arquibancada. Os dois PZM tinham a função de captar o “tamanho” do Maracanã, para que na gravação ficasse evidente a amplitude do lugar. “São 180 graus de captação”, comenta Flávio, explicando que este som em particular é utilizado no início e no fim das músicas.
A partir das tribunas, as torres de delay junto ao fosso, housemix e palco
Sonorização
Fazer som no Maracanã é sempre um desafio, desde os tempos da primeira visita do papa João Paulo II ao Brasil e do show de Frank Sinatra. Hoje, a diferença é que a experiência dos profissionais envolvidos ajuda a minimizar possíveis problemas, como o delay que vem das arquibancadas de volta para o gramado. O projeto de sonorização também teve de levar em conta o fato de ser uma gravação. Além do já mencionado vazamento de som do P.A para o palco, um dos problemas possíveis é o excesso de volume dos monitores, que podem vazar nos microfones. A partir do momento em que ficou decidido que a Gabisom seria a empresa de sonorização, Kalunga participou da arregimentação da equipe de apoio, com Renato Oliveira na gerência técnica, Valtinho no P.A. e Lucas Gondim no monitor, entre outras pessoas. “O Gabi dimensionou o equipamento. Eu pedi as caixas V-Dosc e essa galera para trabalhar com a gente”, diz, ressaltando a qualidade da equipe.
Piu Piu, Lázaro, Renato Oliveira e Lucas Godin
A configuração final do equipamento ficou da seguinte forma: foram colocados dois “cinturões” de caixas V-Dosc paralelos em cada lado do palco. O “cinturão” interno foi montado com 15 caixas e o externo com 12. Cada um deles tinha 12 caixas de subgraves EAW SB1000 embaixo. As seis torres de delay com quatro caixas V-Dosc cada uma foram distribuídas por 240 graus no Maracanã, junto ao fosso que divide o campo com a antiga geral, alternadas com colunas de três caixas de line array da Norton. Para a fila do gargarejo, até 10 metros do palco, foram colocadas um total de 18 caixas DV-Dosc tanto entre os P.As LL e RR como em frente da área de boca de cena, cobrindo em até 10 metros a frente do palco. Na housemix, duas Midas XL4, uma para Ivete e banda e outra para convidados, ficaram à disposição de Kalunga, que usou um rack de efeitos com Lexicon PCM90 e 480L, Yamaha SPX 1000, SPX 990 e um analisador de espectro Klark Technik DN6000. Kalunga gosta de um equipamento específico para tirar a sibilância em 6000 Hz, característica de Ivete Sangalo: um compressor multibanda BBS. Ele ainda trouxe um TC Helicon para usar na voz da cantora.
TC Helicon na voz de Ivete
A equalização geral do P.A. foi feita por meio de equipamentos TC Electronics EQ Station de oito canais. Os oito processadores eram todos Lake Contour com softwares da L-Acoustic, sistema V-Dosc. O alinhamento de tempo é um capítulo especialmente importante em um sistema de sonorização grande e complexo como o que foi usado no Maracanã. O trabalho foi feito utilizando o programa Smaart Live 5.4 utilizando como ponto zero o P.A. direito externo (de frente para a housemix), que era o mais recuado do sistema.
No P.A., quatro flys com caixas V-Dosc
No palco, todos os músicos usam fones ou monitoração in-ear, mas ainda é necessário o uso de side fill para Ivete Sangalo, que usa apenas um dos fones do in-ear, e para o balé do show. Como os JBL Vertec colocados na lateral do palco estavam vazando excessivamente para o microfone de Ivete, foram colocadas duas colunas com duas caixas V-Dosc cada uma, de frente para o palco, e mais duas V-Dosc – uma de cada lado – no chão do palco, mais para o balé poder ouvir a música.
Caixas JBL Vertec no side não chegaram a ser usadas
O sistema foi tão bem-sucedido que a equipe de áudio da cantora resolveu utilizar esta montagem sempre que possível. “Ela não consegue cantar com dois fones”, conta o técnico de P.A. Kalunga. Isto porque Ivete gosta de sentir a reação imediata do público e responder aos comentários da platéia, sem intermediários.
Quanto aos microfones, tanto a gravação como a sonorização compartilham esses equipamentos. Kalunga fez sugestões de microfonação aceitas por Flávio Senna. Como a cantora é endorsee da marca Audio-Technica, vários microfones da marca foram usados. Ivete usa um sem fio de mão com cápsula AE6100. O de bumbo foi o AE2500, que, apesar de não fazer parte do setup normalmente utilizado por Flávio Senna, foi bastante elogiado por ele. Para os atabaques, o modelo escolhido foi o ATM25 e para os sopros, ATM35. Ainda foram usados outros modelos, como os AE3000 para guitarra e microfones ATM23 na percussão.
Processamento Lake Contour para os sistemas de P.A. e delays
O técnico de monitor da cantora, Lázzaro, operou a InnovaSon SY48 que costuma viajar com a banda. Como foram utilizados 56 canais e a InnovaSon tem 48, os canais adicionais com convidados e backing vocals ficaram em uma Yamaha PM1D da Gabisom operada por Antônio “Piu Piu” Marques.
Mesa InnovaSon SY48
“Usamos os painéis acrílicos para proteger os instrumentos de vazamentos e proteger o microfone da Ivete da percussão, que é muito forte. Baixo e guitarra também foram colocados em uma posição que não vaze para ela”, completa Lázzaro.
PM1D para os canais complementares
O show
O público curtiu e o show rolou, mas não sem algum contratempo. Em determinado momento, na terceira música do medley que Ivete apresentava com o cantor convidado Buchecha, aconteceram problemas técnicos que impediram que o som e a parte de vídeo do palco continuassem a funcionar. Entre as diversas pessoas da área técnica de áudio que trabalharam no show e foram ouvidas pela Backstage, a versão que corria era de que houve uma queda de energia e, apesar de ter um gerador para substituição, não havia a chave reversora automática no sistema, o que faria com que, a partir do momento em que o gerador principal desligasse, o gerador substituto entrasse automaticamente em operação. Todas as ligações tiveram de ser feitas no gerador substituto de forma manual. A demora para a transferência e o religamento do sistema foi de cerca de 20 minutos.
Ao procurar a Caco de Telha, uma das realizadoras do projeto, para saber o que houve, a Backstage foi encaminhada para a assessoria de imprensa, a qual informou que, segundo a Gabisom, houve uma queda no gerador no qual o sistema de áudio estava ligado. De acordo com Gabi, da Gabisom, as especificações da empresa para que a queda de um gerador não interrompa o show não foram inteiramente atendidas. Já segundo Carlos Alberto, da All Energy, empresa responsável pelos geradores, o que houve foi a queda do som e não da energia.
O ocorrido não deve ter maiores conseqüências sobre o resultado final do DVD, mas fez com que o medley de Buchecha com Ivete tivesse de ser repetido para a gravação. Além desta, ainda foram repetidas para a gravação do DVD as músicas Flor do Reggae e Corazon Partido, cantada com o convidado Alejandro Sanz. Entre as outras músicas do repertório estavam Festa, Sorte Grande, Dinheiro e Carro Velho. Além da Caco de Telha, a realização do show é da New Quality, da gravadora da cantora, Universal Music e do canal de TV por assinatura MultiShow.
Iluminação
Na gravação de um DVD, a luz tem de ser concebida com muito cuidado. Conciliar uma luz cênica que envolva a platéia no show e uma iluminação adequada para as câmeras foi o desafio enfrentado pelos profissionais que trabalharam no show de Ivete Sangalo. O desenho da iluminação do espetáculo foi feito em colaboração com a área de cenografia, comandada por Rafael Dragaud e José Cláudio Ferreira. No projeto, feito por Danny Nolan, muito espaço para imagem, que complementa e faz parte do cenário. Ainda houve a colaboração entre a equipe de iluminação de Ivete e a da gravação. Se Robson Natal sabe as marcações da banda e conhece o que funciona melhor na estrada, é Danny quem ajuda a ajustar a luz cênica às necessidades das câmeras. Na luz de platéia,comandada por Marcos Olívio, a preocupação era deixar o público bem evidente para o vídeo e manter uma coerência estética com o que acontecesse no palco. As empresas de iluminação que participaram do show foram a LPL, a Novalite, que forneceu os moving lights, e a Spectrum, com as luzes de ribalta. A Companhia da Luz forneceu os tubos de Led que contornavam os praticáveis de palco.
Alguns movings foram colocados na frente do palco
Idealização da luz
No projeto da iluminação, uma mistura intensa com cenário e vídeo. A luz foi desenhada com base no primeiro plano da boca de cena. A luz de palco complementa os sistemas de Led, com grids em formato de arco, como a boca de cena, ajudando a direcionar o olhar do espectador para os painéis de Led com imagens do fundo do palco, ressaltando a idéia de profundidade.
Grids de iluminação em arco até o fundo do palco
Todo o espetáculo tinha as cenas programadas, inclusive com a integração entre vídeo e iluminação. “Temos as cenas programadas com climas bem diferentes. Há momentos de músicas românticas, etc.”, diz Danny. Entre os equipamentos usados, mesas para controlar a integração das mídias usadas no show (com software Catalyst, controlado por meio de mesa de iluminação) gerenciando as imagens dos painéis cenográficos laterais de Leds G-Lec, do painel no fundo do palco e das testeiras de palco, também em LED G-Lec; mesa para luz de TV (luz branca cênica) e mesa para luz cênica de palco, incluindo os moving lights, além de uma mesa só para luz de platéia, operada por Marcos Olívio.
Painéis cenográficos G Lec e tubos iluminando o contorno dos praticáveis
A luz de palco foi operada por Robson Natal, que faz parte da equipe de Ivete Sangalo já há oito anos. “É muito fácil trabalhar com Danny”, diz, referindo-se ao equilíbrio que o profissional consegue estabelecer entre a luz cênica e a luz de TV. “Sei interagir com a banda, sei todos os passos, as deixas, mas a experiência de TV quem tem mesmo é o Danny. Para TV, vale azul, branco, âmbar... Vermelho é escuro, mas é legal. Verde não funciona, e isso aprendi com ele”, diz. “É importante fazer o DVD, mas também é importante assistir ao show, e se deixar luz branca o tempo todo fica estranho”, conclui.
Caiado, Ricardo Coxinha, Danny Nolan e Robson Natal
Ricardo “Coxinha” cuida do sistema Catalyst e Carlos Eduardo Caiado programou a mesa de luz que disparava o sistema integrador de mídias. “A mesa conversa com o computador e o computador solta o vídeo para os projetores e para os painéis de Led”, diz ele. A mesa de luz estava conectada via MIDI com o teclado de Radamés Venâncio, da Banda do Bem, de Ivete Sangalo. Desta forma, as imagens ficavam sincronizadas com as músicas.
Marcos Olívio verificando a programação da luz de platéia
Marcos Olívio explica que a luz de platéia não é apenas uma luz branca, para aparecer público. “A intenção é seguir a mesma linha do que está acontecendo no palco”. Segundo ele, a idéia é manter a coerência estética entre a iluminação do palco e a da platéia. Para isso, ele contou com um kit de equipamentos parecido com o que havia no palco, incluindo moving lights, estrobos e cores para trabalhar na platéia, sem esquecer também a luz branca em alguns momentos. Em cada torre de delay havia uma Space Cannon, quatro minibrutts, quatro Giotto 400W e 24 lâmpadas PAR 64; na torre de iluminação que ficava na housemix havia uma Space Cannon, dois canhões de 1200 watts, quatro Giotto 400W, quatro minibrutts e 24 lâmpadas PAR 64. O palco ainda contou com 18 Atomic Strobos, 12 luzes de ribalta dicróicas e 96 ACL200, entre outros equipamentos. “Tudo isso é um contexto em que eu, o Danny e o Césio Lima discutimos o conceito e agora, na implantação, é que cada um cuida de uma parte”.
Painéis de LED foram elementos importantes na construção do cenário
O cenário
Segundo José Cláudio Ferreira, que criou o cenário com Rafael Dragaud, o palco tem 62 metros de envergadura, 20 metros de altura e boca de cena de 11 por 20 metros. A profundidade do palco era de 15 metros. “O cenário é muito virtual também, com muita coisa apoiada em vídeos e imagens”, comenta o cenógrafo. Os Leds de fundo de palco, dos painéis laterais e os contornos dos praticáveis do palco são três sistemas diferentes de Leds. Ainda há mais Leds nos painéis externos para compor o cenário do palco. “São lonas plotadas com luz por trás, porque a vantagem dos painéis G-Lec é que eles aceitam transparência, então a gente trabalha sempre eles com alguma projeção de luz por trás”.
Resultado durante o show
Para o desenho da boca de cena também foram usados os painéis da G-Lec, “só que como as modulações dele são retangulares ou quadradas, eu mascarei para criar a sensação de que são redondos”, comenta José Cláudio. “Não há buracos entre a projeção e o cenário”. Segundo o cenógrafo, as imagens do fundo de palco eram, na maioria das vezes, com fundo preto. “Tem horas que você não sabe nem onde começa e acaba o telão (e o cenário). Fica uma coisa bem mágica”, conclui. No cenário ainda havia três elevadores para momentos específicos do show e uma grua.