Rock in Rio: uma história que se confunde com o show business brasileiro
Fotos: Divulgação / I Hate Flash / Ernani Matos / Leo Costa
Reportagem: Miguel Sá
Em janeiro de 2020 o Rock in Rio completou 35 anos. Desde o primeiro, em janeiro de 1985, já aconteceram oito edições do evento na cidade de origem e outras tantas em cidades como Lisboa e Las Vegas. O Festival hoje é um marco da evolução dos grandes eventos musicais no país.
A Cidade do Rock em 1985
No Brasil, o Rock in Rio é muito mais que um festival de música. Em 1985, o Festival foi a porta de entrada do Brasil no mapa da música pop internacional. Sob o ponto de vista do showbussines nacional, o Rock in Rio apresentou tecnologias não acessíveis, naquele momento, aos profissionais de som e luz daqui e indicou o caminho do desenvolvimento dos grandes eventos no país.
No Maracanã em 1991, show ao invés de gols
O primeiro Rock in Rio foi também o da primeira Cidade do Rock. Montada na então distante Barra da Tijuca, ainda não tinha o conceito de diversos palcos para eventos e gêneros musicais diferentes, mas já havia toda uma estrutura de alimentação e apoio aos espectadores.
Em 1991, o evento aconteceu no estádio do Maracanã. Ainda que a segunda edição tenha sido bem-sucedida, houve um longo hiato até a realização de mais um Festival, já no novo milênio.
A terceira edição do Rock in Rio, em 2001, foi especial porque, além de representar a continuidade do evento, foi o primeiro onde uma empresa nacional, a Gabisom, fez a sonorização, mostrando que já havia condições de sustentar um grande evento com empresas e profissionais brasileiros. Também foi o primeiro coberto pela revista Backstage, surgida em 1995. A cobertura foi uma verdadeira operação de guerra que trouxe detalhes inimagináveis sobre a produção do Festival ao leitor. Nesta edição, o Rock in Rio já apresentava diversos palcos para eventos e gêneros musicais diversos, aumentando o desafio do trabalho dos repórteres.
Em 2001, de volta ao lar na Barra da Tijuca
Foram mais dez anos até acontecer outra edição na terra natal, em 2011. Mas, durante a primeira década do século XXI, o Festival cruzou o Oceano Atlântico até Lisboa e Madrid. Lá também foram usados os serviços da Gabisom, mostrando que o áudio nacional já podia cruzar oceanos. O Rock in Rio também teve uma edição em Las Vegas, em 2015.
No Parque dos Atletas em 2011
Em 2011, finalmente o Rock in Rio voltou ao Brasil, já no local em que seria construído o Parque dos Atletas. E assim foi também em 2013, 2015, 2017 e 2019. Em cada uma dessas edições a Revista Backstage esteve presente, apresentando coberturas detalhadas aos leitores, não só sobre o som, mas também sobre a iluminação do Festival, onde também sempre está presente a nata da mão de obra brasileira, como a da empresa nacional LPL.
E não ficamos por aí: a produção também foi esmiuçada, incluindo entrevistas exclusivas com Roberto Medina, o fundador do festival. Quem quiser conhecer a história da evolução técnica e da produção do evento pode fazer isso facilmente acessando as edições 75, 193, 205, 228, 252 e 276.
Além de música, shows de fogos
Os tempos mudam. O Rock in Rio de 2019 é a primeira cobertura da Backstage apresentada apenas em formato virtual. E como marca do evento do ano que passou, é possível apontar o amadurecimento definitivo dos processos de produção. O Rock in Rio hoje é um evento complexo, mas que, para quem acompanha de fora, parece simples de fazer.
Em sua oitava edição o Rock in Rio mostra ser uma máquina poderosa de tecnologia e entretenimento
O Rock in Rio cresceu ainda mais ano passado, com 17 palcos – seis a mais que a edição anterior - entre os do próprio Festival e espaços patrocinados. Tudo distribuído em 60 mil m2. Durante cada um dos sete dias de evento distribuídos em duas semanas, foram 14 horas diárias de shows entre duas da tarde e quatro horas da manhã.
Foram montados 17 palcos, entre espaços do Festival e patrocinados
O evento aconteceu dos dias 27 a 29 de setembro na primeira semana e 3 a 6 de outubro, na segunda. A planta, com um espaço mais circular e integrado, favoreceu a circulação dos frequentadores por todo o lugar do evento, onde puderam conhecer espaços como o NAVE- Nosso Futuro é Agora, Fuerza Bruta e Gameplay Arena, a Rota 85, New Dance Order, Rock District, Espaço Favela, Rock Street Asia, Gourmet Square, Área Vip e, claro, os palcos Mundo e Sunset, além dos brinquedos como a montanha russa,o mega drop a roda gigante e a tirolesa.
Os 700 mil visitantes do evento puderam ver, distribuídas no palco Mundo, atrações como Iron Maiden; Pink; Black Eyed Peas; Nile Rodgers & CHIC; Bon Jovi; Ivete Sangalo; Anitta e Alok, entre muitos outros. No Sunset, os destaques foram, como sempre, os encontros como o Pará Pop com Dona Onete, Fafá de Belém e Gaby Amarantos; Franscisco El Hombre e Monsieur Periné; Jaloo e Lucas Estrela; Iza e Alcione; a Funk Orquestra com Ludmilla, Fernanda Abreu e Buchecha e o New Dance Order. No total, divididas entre os diversos espaços, o Rock in Rio recebeu 250 atrações.
A alma do festival
Com um tamanho de 25m de altura por 86m de frente, sendo 24m somente de boca de cena, o palco mundo é o centro do evento. Como o Festival já tem toda uma forma de trabalho consolidada, as mudanças entre as edições acontecem mesmo nos detalhes, como explica o engenheiro de som Peter Racy, da Gabisom. “Nesta edição, foram acrescentados diversos palcos e locais a serem sonorizados. O festival cresceu bastante este ano. No Palco Mundo, pediram que estendessemos a cobertura lateral para incluir os novos camarotes de patrocinadores acima dos respectivos containers. Idem para o terraço VIP do lado oposto. Para tanto, adicionamos delays nas torres de saída e chegada da Tirolesa. Decidimos também melhorar a performance dos delays. Adotamos o conceito de termos todas as torres com equipamento self-powered, evitando assim longos cabos entre amplificadores e caixas. Desta forma usamos apenas a energia e sinal de áudio em cada torre. O Rock in Rio entregou ambos em todas as torres, sendo o sinal distribuído por meio de fibra ótica a partir da house para todas elas”.
Outra mudança foi a configuração do P.A., que na edição anterior permitia o uso de coluna só para a voz e outra para a base instrumental – ou outra configuração que a atração quisesse fazer. Este ano isso não aconteceu. “Já empregamos o sistema side-by-side em mais de 10 edições do Rock in Rio, incluindo edições em Lisboa, Madrid e Las Vegas. Com um sólido histórico da utilização deste sistema, verificamos que aproximadamente 25% das bandas utilizavam-no corretamente, separando a mix em stems de voz e banda ou outros stems de sua escolha. Dos 75% restantes, uns 10% optavam por utilizar como um PA convencional, ignorando a coluna adicional e deixando-a sem uso, e os outros 65% preferiam utilizar as três colunas de cada PA como um L ou R, optando pelo volume do sistema. Percebemos que (o uso da coluna de array para voz) era um desperdício dos recursos de sonorização, que poderiam ser melhor aproveitados caso fossem remanejados para os delays. Portanto este ano optamos por um sistema convencional, voando 4 colunas de PA e sub, o que agradou a todos os técnicos das bandas, pois é o que encontram na estrada durante suas turnês, não necessitando nenhuma adaptação aos endereçamentos de saída das suas mesas” expõe o engenheiro de som.
O P.A.
A escolha para o sistema de P.A. voltou a recair sobre o sistema da Martin Audio por ser, de acordo com Racy, adequado ao porte do Rock in Rio. “O sistema se presta enormemente a grandes festivais por ser um de muito longo alcance, projetando dezenas de metros a mais do que qualquer outro sistema, sem esforço, e mantendo-se fiel à timbragem mesmo a distâncias de 200m. O sistema MLA é amplificado (self-powered) sendo que cada caixa contém seis amplificadores, com um para aas baixas, dois para cada um dos dois falantes de médias e três para cada um dos três drivers de altas. Cada caixa contém seu próprio DSP. Lá ocorre uma enorme quantidade de processamento. Todas as caixas são conectadas em rede proprietária, conhecida como Vu-Net, que permite acesso a todos os parâmetros (Ganho, delay, equalisação paramétrica de 10 bandas, polaridade, agrupamento de controles e zoneamento de cada P.A.). É por esta mesma rede que é carregada a ‘otimização’ de cada uma das seis vias de cada caixa. A otimização é um conjunto de centenas de parâmetros que são calculados no software de predição do MLA para cada via de cada caixa. O objetivo desta otimização é fazer com que cada PA jogue o som à distância desejada, mantendo o timbre e o nível programado para cada setor do público. São literalmente centenas de milhares de variáveis".
Delay
O delay foi reforçado a partir da mudança da configuração da montagem do line array, conforme explica Peter Racy. “A porção do MLA retirada do sistema side-by-side foi remanejada para a primeira linha de delays, mantendo uma frente sonora uniforme e coesa para uma extensão maior do público. A primeira linha de delay contou com seis torres, cobrindo toda a extensão lateral do espaço até 140m do palco. A segunda e terceira linha de delays contaram com três torres cada, equipadas com Milo, seguindo a nossa proposta de manter o delay todo self-powered. Estas duas linhas empurravam a cobertura até pouco mais de 300m. Além dessa linha, começaríamos a invadir a área de publico do Sunset. Tivemos um rendimento muito superior nos delays, o que estendeu a resposta do sistema com poucas e pequenas variações, para uma área muito mais extensa. Gostaríamos que, na próxima edição, os delays que adaptamos às torres da tirolesa, fossem construídas e posicionadas de forma ideal para cobrir melhor o espaço e encaixarem melhor na dispersão do sistema. Esta é uma decisão que envolve custos elevados, e por isto não foi aprovada nesta edição”, ressalva .
Pedidos específicos
A flexibilidade e alto nível do sistema já instalado permite que não haja muitos pedidos específicos das atrações. Mas sempre há uma coisa ou outra. O Iron Maiden, por exemplo, pediu uma configuração um pouco diferente do P.A.. “Pediram para que não houvessem subs na frente da boca de cena, e que houvessem dois front-fill centrais exclusivos para uma mix de voz. Ambos os pedidos vieram do próprio artista, não da equipe técnica. Quanto às centrais, a maioria dos artistas internacionais trouxeram suas próprias. O Kit básico de mesas fornecido para o festival foi formado por um par de Yamaha PM-10 Rivage, e um par de AVID S6L. Houveram pedidos de Digico SD-7 e Midas PRO-X, fornecidas caso a caso. Não vimos centrais analógicas nessa edição”, informa Peter Racy.
Já a parte do monitor teve sistema com side e monitores de chão também. “A monitoração foi composta por sistema d&b: Side J-8, e monitores de chão M2 e M4. Os monitores de chão ainda são utilizados, às vezes como complemento ao in-ear", completa Racy.
Iluminação no Palco Mundo
Em 2019, a empresa responsável pela execução do projeto de iluminação de todo o festival, concebido por Terry Cook, foi a brasileira LPL. O sistema de controle da iluminação incluiu um estúdio com duas Grand MA full size, sendo uma a MA 2 e outra a MA 3. No housemix, estavam disponíveis duas grand MA Fullsize 2 por light designer. Para o controle do sistema em geral, havia duas light Grand MA 3. O sinal era todo distribuído por DMX.
Paulo Lebrão
Paulo Lebrão, que atendeu aos light designers das bandas, explicou o processo de trabalho. “Temos um sistema montado onde o light designer da banda chega e já acessa o estúdio 3D. Lá, temos duas estações de 3D. Ou seja, podemos ter até dos light designers ao mesmo tempo trabalhando. Nos estúdios eles conseguem visualizar o palco por completo, com qualquer alteração que tenha no dia, dependendo do headline. Também no housemix, temos duas mesas exclusivas para cada light designer poder operar e programar, todas as duas Grand MA Full Size que são trocadas a cada show”. O horário do estúdio 3D seria das 8 da manhã às 8 da noite, mas eles acabavam ficando disponíveis 24 horas.
O visual do Festival manteve um padrão, mas o sistema de controle apresentou mudanças em relação a 2017. “Temos muito mais coisa conectada. Aqui no housemix temos controle lá da área vip, plateia, etc. Tudo rodando a partir de um grande sistema de fibra ótica”, explica Lebrão. Além do equipamento padrão do festival, havia a possibilidade de as bandas usarem algo mais que achassem necessário. Para atendimento dos light designers das atrações havia três profissionais revezando no estúdio e três no housemix.
Palco Sunset
Os equipamentos do palco dos encontros, o Palco Sunset, são um pouco diferentes do palco Mundo, tanto pelo número de pessoas que tocam juntas no palco como pela área menor a ser sonorizada. A configuração da sonorização do Sunset teve sistema L-acoustics 10 K1 com 2 K2 na frente, e 6 K1 com 2 K2 nas laterais; oito ARCSII no front-fill e 16 KS28 no sub do chão. No palco, foram usados monitores d&b M2. As mesas foram duas Avid S6L no PA e duas Yamaha Rivage PM7 no Monitor. “A decisão sobre qual sistema é utilizado é feita baseada em um conjunto de fatores: o desempenho para a dada função; a disponibilidade de acordo com as inúmeras turnês satélites com os mesmos artistas do Rock in Rio em outras cidades e considerações econômicas.
Do ponto de vista do PA, o Sunset é um palco mais fácil de sonorizar sim, pois a área de público é bem menor. Contudo, no palco é mais complicado, pois no formato tradicional do Sunset, temos dois artistas tocando juntos. Devido à grande quantidade músicos em cada show - são essencialmente duas bandas - e o espaço de backstage é menor em relação palco mundo. É mais complicado organizar e manter tudo organizado no palco Sunset”, detalha Peter Racy.
A experiência de quem toca
Kisha Hernandez e Luan Casado
Luan Casado é o diretor técnico e engenheiro de som da Francisco, El Hombre, que tocou com a banda colombiana Monsieur Periné. Ele nos conta como foi que articulou, com o Rock in Rio a apresentação das bandas. “É bem padrão. Mandamos o rider pra eles, que nos mandaram o contrarider do palco e do sistema. Aí fomos batendo os detalhes, geralmente de backline, que toda banda e todo o festival tem. É bem tranquilo de trabalhar, a equipe do Rock in Rio é muito profissional, tratam muito bem a gente. É muito bem feito e detalhado”.
Avid S6L
O diretor técnico ficou feliz com a cosole disponibilizada no Rock in Rio, da Avid. “Essa mesa é uma S6L, completíssima. Eles ofereceram e aceitamos. Não é uma mesa comum de encontrar, tanto que nem temos ela no rider. Uma coisa interessante do palco sunset é que são sempre duas bandas tocando juntas. O pessoal do Mosieur Periné também, então é uma mesa só operada por dois técnicos. É uma mixagem só, mas são duas bandas. Eu juntei com a Kisha Hernandez (engenheira de som da banda colombiana) e estamos fazendo junto.
Daniel conta que a mesa tem muitos recursos, mas não foi possível usar tudo. “Nós a conhecemos aqui nos ensaios do show. Não conseguimos usar muito os recursos avançados da mesa, porque tivemos pouco tempo. Os efeitos e endereçamentos básicos a gente faz, claro, mas dá pra fazer o que quiser com ela: dá pra fazer muitos layers, pode trabalhar muito com subgrupo, zilhares de plugins, processamento todo separado... milhões de opções. Mas mantivemos o básico mesmo. Uma mixagem básica, com equalização, delays e um compressorzinho. O lace dos recursos é que tem muita coisa operacional e que funciona bem para quando você trabalha sempre com ela”, completa.
Atrás, no palco, o monitor foi feito em uma Yamaha PM7 e a equipe das bandas trabalhou com mais dois roadies e o stage manager da Monsieur Periné.
Iluminação no Sunset: trabalho facilitado
Luiza Ventura
Luiza Ventura é a responsável pela iluminação da Francisco El hombre. Há nove anos trabalha na área. “Comecei no teatro musical com o Paulo Cesar Medeiros. Aprendi quase tudo com ele e, conforme o tempo passou, fui migrando para a área de show”, diz a profissional. “Sou uma iluminadora técnica e artística. Todo trabalho técnico acrescenta muito ao show. Praticamente tocamos junto com eles”.
Luiza gostou muito de encontrar a Grand MA 2 Full Size para trabalhar no Rock in Rio. “Tem outras excelentes, mas ela é o meu xodó. Tem possibilidades tanto de programação como de layout. Tem que amassar um barro aqui, mas ela é muito intuitiva, então as coisas que você quer você consegue acessar, e tem toda uma equipe forte aqui”, comenta.
A iluminadora soube poucos meses antes do Rock in Rio que iria trabalhar no evento. “Todo o meu contato foi através da nossa produção técnica, o Luan Casado, e a nossa produção”, completa.
Palco favela
Este foi um palco que abusou da cenografia. Por conta disto, trouxe alguns desafios para o áudio. A equipe começou a trabalhar com antecedência, mas foi há três meses do evento que tudo começou a esquentar. “Fizemos toda a pré-produção e técnica com as bandas. Muitas nunca tocaram em um palco grande. De alguns eu fiz até o rider, porque sou técnico de som também. Tem também artistas maiores tocando. O palco já tinha sido montado ano passado para a propaganda do espaço favela, mas ainda não tinha uma estrutura definitiva, então eu ajudei dando ideia e sugestão de ter uma área de serviço atrás para rodar a banda, isso foi um trabalho de três meses pra cá com a engenharia do rock in rio”, explica o produtor técnico do espaço Gabriel Martau.
A estrutura do Palco Favela comportava três espaços em um: “o de baixo, principal, para montar as bandas. Algumas usaram o segundo para a bateria. O terceiro é só para o Nós do Morro. Eles tem uma cama elástica para fazer umas acrobacias ali”, comenta Martau. Para monitoração, foram colocadas duas caixas por palco, fixas. No palco básico, a monitoração era colocada de acordo com o rider da banda ou as caixas MJS, da Meyer. No PA, foi usado o sistema Mica, da MeyerSound. “Estamos com seis caixas de cada lado e mais duas estaqueadas porque a gente achou que poderia ficar pesado. Aguentaria as oito caixas, mas a gente decidiu deixar duas embaixo”, diz Martau.
Renato Alsher
Renato Alsher e Arthur Luna fizeram o P.A. das bandas e deram apoio aos técnicos enquanto Rodrigo Lopes cuidou do monitor. “Metade das bandas trazem técnicos, metade não traz, então estamos aqui para servir eles. Os que pedem, nós ajudamos. O pessoal da Gabisom atende aos técnicos, mas como o Renato está ali acaba atendendo ali também”, completa Martau.
Renato Alsher falou sobre a configuração do sistema. “Temos P.A. L&R e sub, mais um frontfill em cima do sub e um outfill embaixo do PA. Usamos quatro vias de matrix. Já está ta tudo alinhado por meio do Galileu e tudo flat na mesa, temos uma cena básica para as bandas que não tem cena. O nós do morro, são 18 canais. As bandas, todas tem pelo menos 35 a 42 cada uma. Cada artista monta lá atrás e traz o praticável pronto e fazemos um line check antes de começar. Temos mais de dez pessoas atuando entre pessoal da Gabisom, roadies, técnicod de PA e monitor”, conclui.
Iluminação mesmo no dia
O Palco Favela tinha parte de sua operação com o sol a pico. Mas, mesmo assim, havia uma grande estrutura de iluminação, como mostra Arthur Farinon. “Estou fazendo as atrações que não tem iluminador e recebendo as que tem iluminador. Temos um setup de Grand MA para trabalhar comfortavelmente.
Arthur Farinon
Arthur explica as particularidades do Palco Favela. “É um local muito cenográfico, com as cores da favela. Nós temos muitas ribaltas - são 45 em toda a cenografia - e com isso podemos brincar sobrepondo cores, fazendo combinações. Temos lâmpadas LED em cada janela, então fazemos uma brincadeira como se fosse a iluminação das casas. Temos ainda 10 beams para efeito e alguns movings para luz lateral, de preenchimento. A frente é de elipsoidal convencional e esse é o nosso setup básico”, resume.
Organização e eficiência
Peter Racy não deixa de ressaltar o profissionalismo de toda a estrutura do Rock in Rio. “Dado o tamanho do festival e o vulto da obra, é um festival muitíssimo bem planejado e executado. A direção é minuciosa e está atenta a detalhes o tempo todo. As condições de trabalho são excelentes para nós da técnica. Percebo que é dada grande atenção à experiência do público. O parque é muito bem implantado e equipado, não tem lama, tudo grama artificial, tem amplos banheiros, acesso bem planejado e centenas de atrações ediversões para todos os gostos, além das bandas é claro. Resumiria dizendo que o Rock in Rio não está apenas entre os maiores festivais do Mundo. O Rock in Rio deve estar entre os festivais com o mais alto nível de qualidade no mundo. Um verdadeiro exemplo a ser seguido”, aponta.