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Loudness e lives

07/10/2020 - 15:00h
Atualizado em 08/10/2020 - 12:12h


 


A Waves lançou o WLM Plus Loudness Meter, uma nova versão de seu já conhecido WLM, também medidor de loudness. 


 

Há muito tempo se escuta a história, que desde que o mercado fonográfico existe, há uma batalha silenciosa entre artistas, selos e produtores para se gravar o mais alto possível. Teoria da conspiração ou não, este pensamento foi transformado em uma prática que nos acompanha dos compactos de sete polegadas ao streaming. Esta prática evoluiu e a necessidade de se quantificar o que o público final interpretava por variação de volume se tornou necessária e assim criaram o termo loudness ou, em português, “intensidade subjetiva do som”.

 


Antes de falar do WLM é preciso compreender um pouco melhor o que o mercado apelidou de Loudness War (Guerra do Volume) referente a este aumento crescente do volume final das peças gravadas atingido através da redução da amplitude dinâmica do som, a tal da compressão.


 

Um dos episódios desta guerra ocorreu na época em que as empresas de televisão estavam digitalizando seus sistemas. Neste momento, vários padrões de medição e processamento do som foram definidos entre as transmissoras. Entre eles estava o conjunto de normas e recomendações ITU-R BS.1770 divulgado em 2006 pela União Internacional de Telecomunicações (Internacional Telecomunications Union – ITU). Nele, se padronizou a unidade de medida LKFS (Loudness, K-Weighted relative to Full Scale) mais tarde conhecida apenas como LUFS (Loudness Units relative to Full Scale). 

 

Por se tratar de uma unidade desenvolvida para se medir volume por um período de tempo muita gente se pergunta porque não usar o velho conhecido RMS. A diferença é que o RMS (Root Mean Square) traz a potência do som baseada na média entre os picos de diferentes frequências ao longo da peça sonora e o LUFS leva em consideração como o ouvido humano percebe a intensidade dessas frequências, portanto mais adequado para a reprodução de múltiplas mídias e peças, como acontece no caso das transmissoras de televisão. Alguns fabricantes, como a TC Electronic e a RTW, tiveram um papel pioneiro na produção de equipamentos que mediam e processavam de acordo com esses padrões. 

 


Hoje ouvimos de novo falar do loudness, mas agora em transmissões na internet, o chamado streaming. Dentro de tantas resoluções, protocolos e padrões, em algum momento a comunidade do áudio estabeleceu a média de -16 LUFS como o padrão para conteúdo estéreo e -19 LUFS para mono na internet.


O padrão é endossado pela gigante Google em seus aplicativos. Entretanto, a Amazon e o Spotify precisaram aumentar um pouco mais esse volume para seus produtos - a Amazon para seus assistentes domésticos (Alexa e Echo) e o Spotify para suas transmissões - já que lidavam com conteúdo de dinâmicas muito diferentes, indo do Spoken Word ao Death Metal. Estes dois então tiveram o próprio episódio na Guerra do Volume, estabelecendo seu loudness em -14 LUFS. Não tardou para que desenvolvedores como a Waves trouxessem esses protocolos para a sua DAW, facilitando o trabalho do produtor de home-studio. O WLM Plus é um plugin profissional focado em fornecer a análise e ferramentas para a formatação da master dentro dos padrões do mercado de transmissão de conteúdo áudio-visual. 

 

Logo de cara podemos ver o display dividido em três seções medindo “short term” (curto prazo), “long term” (longo prazo) ambos medidos em LKFS (LUFS) e “range” (alcance) medido em LU (loudness units). Isso se deve a recomendação da EBU (European Broadcast Union – União Européia de Radiofusão) que sugere a medição de picos e vales ao redor do valor padrão durante todo o programa para que se possa ter uma média de variação da intensidade subjetiva do áudio. A partir disso podemos estabelecer nossos objetivos dentro das normas que escolhermos seguir. 

 

É possível trafegar entre variações dos padrões ITU-R BS.1770-3, EBU R 128 e ATSC A/85  de medição de loudness enquanto o controle “True Peak Limiter” regula o threshold automaticamente de acordo com o protocolo selecionado, com isto podendo ser modificado posteriormente pelo usuário. Além disso, dentro dos controles é possível escolher o método clicando nos seguintes botões:

EBU – Usa o áudio em primeiro plano como âncora para a medição de loudness de acordo com as normas definidas na EBU R 128 

LM1 – Mede e tira a média de loudness de todo o programa.

DIAL – Usa o diálogo como âncora fazendo a medição e tirando a média quando o diálogo é detectado.

 

É importante saber em qual protocolo o áudio da produção se enquadra na gama de opções do WLM Plus. O software possui um sistema de avisos e registro de quando seu áudio fica abaixo ou acima da norma de LUFS da plataforma escolhida para que, através das ferramentas disponíveis, se possa chegar no nível adequado.

 

O WLM Plus possui também um HPF (Filtro Passa-Alta) e um LPF (Filtro Passa-Baixa) para facilitar a master para reprodução em aparelhos com amplitude de frequência limitada, além de suporte para formato 5.1.

 


 

Página para download do texto na íntegra das recomendações da ITU 
https://www.itu.int/rec/R-REC-BS.1770 

 

Portaria da Anatel de 2014 que aprova o procedimento de fiscalização para a medição de loudness
https://www.anatel.gov.br/legislacao/procedimentos-de-fiscalizacao/786-portaria-559 

 

Página oficial do WLM Plus
https://www.waves.com/plugins/wlm-loudness-meter

 

Página da TC Electronic sobre loudness
https://www.tcelectronic.com/loudness.html 

 

Página do Google Assistant 
https://developers.google.com/assistant/tools/audio-loudness

 


 

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