Reportagem: Daniel Figueiredo | Colaboração de Márcio Chagas | Fotos: Divulgação
Jesus Javier Molina Acosta nasceu na cidade de Sincelejo, na Colômbia, em 1 de junho de 1996. Músico versátil, o pianista e tecladista viaja pelos diversos estilos do jazz com desenvoltura. A vida musical se iniciou aos 12 anos tocando saxofone soprano e alto. Aos 15 anos Jesus decidiu mudar de instrumento e se dedicar ao piano. Entre 2014 e 2016, Molina concorreu e conquistou o primeiro lugar em festivais da cena colombiana, como o Barranquijazz 2014. Também participou como convidado em Festivais como Teatro Pablo tobónuribe Jazz festival em Medellín, Sevijazz no Cauca Valley, Tolijazz em ibague-tolima, Atlantijazz em Barranquilla e muitos outros.
Em maio de 2016, um evento trouxe grande mudança na vida do jovem músico: Molina recebeu o prêmio Latin Grammy Scholarship Award Juan Luis Guerra. Esta bolsa custeou quatro anos de estudos na Berklee College of Music, em Boston. Desde então, Jesus Molina ministrou aulas e workshops em países como Equador, Panamá, Nicarágua, México, Colômbia e Estados Unidos em universidades, institutos e igrejas. O músico também tem uma legião de seguidores em seus perfis nas redes sociais.
Jesus Molina já tocou com diversos de seus ídolos na música, trabalhando em produções com Jordan Rudess, Marco Minnemann, Eric Marienthal, Milton Salcedo, John Patitucci, RandyBrecker e Gabriela Soto, entre muitos outros.
O pianista e tecladista contou os detalhes de sua vida musical para Daniel Figueiredo nesta entrevista para a Revista Backstage (com a colaboração de Márcio Chagas).
Você começou no sax e depois mudou para o piano. O que motivou tal mudança?
Bom, eu comecei no saxofone porque, durante toda a vida dela, minha mãe queria tocar saxofone. A principal razão pela qual eu mudei para o piano foi porque eu achei mais completo! A música tem tudo a ver com o piano. Nessas 88 teclas você encontra todas as escalas, todos os ritmos, acordes e variações possíveis. Minha imaginação não tinha limite neste instrumento.
Você descobriu o jazz no Youtube. Como foi essa descoberta?
Quando eu tocava sax em tempo integral, uma das minhas principais influências era Eric Marienthal e kenny G! Foi quando eu costumava assistir mais de 20 vídeos do YouTube por dia e transcrever som, etc… Vi o Brian Culbertson (Pianista) tocando com Eric Marienthal e eu disse “Quero ser um pianista agora” foi minha primeira descoberta no Jazz , através do smooth jazz.
Quais são suas maiores influências no piano?
Brian Culbertson, Oscar Peterson, Bill Evans, Errolgarner, Art Tatum, McoyTynner e muitos outros.
Você ainda estuda sax?
Na verdade sim, mas não tanto quanto o piano.
Seu grupo atual inclui o baixista israelense Guy Bernfeld, o baterista Jorge Pérez e o guitarrista cubano José Irarragorri. Foi intencional criar uma banda globalizada?
Eu amo tocar música com os amigos. Esses caras vieram aos poucos na minha vida e nós reunimos grandes músicos, grandes seres humanos. É isso que acontece: grande música, musicalidade e energia.
Você recebeu a prestigiosa bolsa do Grammy Latino com a qual financiou seus estudos na Berklee College of Music. Como foi essa experiência?
foi literalmente a experiência que dividiu minha vida em Antes/Depois. Abriu um mundo para mim. Experiências que eu não sabia que existiam. Isso aprendendo com os melhores professores do mundo. Só Deus para fazer isso. Sou sempre grato com essa oportunidade que veio dele! Sem ele eu não sou nada.
Em seu último álbum "Departing" você recria "Spain", uma das maiores canções de Chick Corea. Seria uma forma de homenageá-lo? Por que você escolheu essa música?
Definitivamente essa música é tão famosa, tantas pessoas estão tocando em todos os lugares... Uma das coisas que eu quero fazer é pegar músicas famosas e tocar como meu estilo. Quando eu toquei essa música eu estava pensando mais em “E se eu fizer a versão ruim dela...haha” Eu não gosto de tocar músicas com a mesma versão original, é por isso que eu pego todas elas e tento tocá-las de uma maneira diferente. Claro que foi para homenagear Chick Corea, o melhor dos melhores!
Além de "Spain" há outras regravações interessantes no álbum. Como você escolheu cada uma das músicas?
N”Night in Tunisia”é um daqueles que está no meu coração. Também Guadalquivir/Tiburon. Energia, melodia e singularidade me fizeram escolher elas.
Você é o primeiro músico de uma família de advogados e empresários. Você sentiu alguma pressão para não seguir uma carreira na música?
Bem... eu me senti pressionado se não conseguisse fazer música. já que a música é tudo na minha vida. Graças a Deus eu tenho esse lindo dom de transmitir isso para o mundo.
Como você vê o papel das redes sociais na carreira musical hoje em dia?
É a maior ferramenta para apresentar minha música como artista independente. Ter um público sempre esperando o que você vai fazer é um desafio e uma benção completos.
Você sempre exalta a religiosidade em entrevistas e até em algumas músicas. Como você consegue aliar música e espiritualidade?
Não a religiosidade, Deus é um relacionamento para mim. Ele é a única razão pela qual eu posso tocar música e para sempre e sempre a Glória será para Ele! Tudo que eu toco é para Deus, cada melodia é para expressar a gratidão que minha vida sente sempre que toco música.
Os brasileiros são o seu segundo maior público nas redes sociais, imagina por quê?
Me sinto tão privilegiado por esta oportunidade e amo muito o Brasil! Não consigo imaginar o porquê, mas me sinto grato e preciso dar ao Brasil o que eles merecem com minha música!!!!
Você gostaria de enviar uma mensagem para seus fãs no Brasil?
Muito obrigado por estar conectado e estar ao longo dos anos esperando por algo especial, estamos preparando algo especial para o Brasil! Mal posso esperar por isso!
Quais são seus planos para o futuro?
Fazer tantas turnês pelo Brasil e tocar muita música para curar a alma e compartilhar com todos vocês o que DEUS me deu! Para todo o sempre glória a Deus!!!