Desde há muito tempo, ainda nos anos 20 ou 30, já se procura uma experiência sonora que envolva mais o ouvinte. Ainda nos anos 40, a Disney, ao lançar o filme Fantasia, chegou a equipar alguns cinemas com um sistema multicanal de reprodução. O processo de construção do Fantasound deu origem a diversos recursos técnicos usados amplamente a partir da consolidação do som em estéreo (veja link). A ideia do Fantasound era reproduzir a exuberância sonora da orquestra sinfônica que tocava no filme. O pan, por exemplo, que dá a sensação de que um determinado instrumento está mais para um lado que para o outro, foi uma das criações feitas para Fantasia. O Dolby Surround que conhecemos surgiu na década de 70. A partir de 1994, começou a popularização do formato 5.1, usado em larga escala até hoje e ampliado para 7.1 e outros.
A música também foi envolvida em experiências que podem ser descritas como de imersão sonora. O som quadrafônico, nos anos 70, por exemplo. Mas além de problemas que surgiram também depois, no 5.1, como a configuração correta de um equipamento relativamente complexo e caro para o público final, ainda havia as limitações físicas do vinil para um corte de qualidade no formato. Ao vivo também foram feitas algumas experiências com imersão, como na Turnê The Wall, do ex-baixista do Pink Floyd, Roger Waters.
Para falar sobre o assunto, a Revista Backstage falou com quatro pesos pesados do áudio brasileiro: Carlos de Andrade, Carlos Ronconi, Clement Zular e Rodrigo Meirelles são profissionais com experiencias sólidas na música, no audiovisual, na academia e na construção e administração de estúdios de sucesso, contam, com exclusividade, na Backstage, como o áudio imersivo deve tomar conta dos nossos ouvidos em todas as vertentes da experiência sonora.
Carlos de Andrade – O engenheiro de áudio e produtor foi também um dos pioneiros na masterização digital no Brasil. Ele fundou, em 1985 a produtora Vison Digital: um complexo de estúdios de áudio e vídeo localizados na cidade do Rio de Janeiro. O estúdio funciona em todas as áreas da produção e desenvolvimento de conteúdo, produzindo e editando roteiros, audiovisuais e músicas até a entrega do produto final para exibição e consumo, além de alugar equipamentos e estúdios. Em sua entrevista, o profissional aproveita sua ampla experiência para desvendar os caminhos do áudio imersivo no mercado atual (clique aqui ou na foto para ler a entrevista completa).
Carlos Ronconi – Um dos pilares do áudio em alto nível no Brasil, trabalhou durante 34 anos no áudio da Rede Globo, tendo participado ou sido o responsável direto por diversas iniciativas pioneiras no áudio brasileiro, inclusive com áudio imersivo. Hoje é consultor em sua empresa, a L&R Consultoria Sonora (clique aqui ou na foto para ler a entrevista completa).
Clement Zular – Engenheiro de áudio dos mais requisitados para a gravação de música erudita já desde os anos 90, Clement é um dos pioneiros no estudo e aplicação de áudio imersivo desde a época que foi sócio no estúdio Anonimato, em São Paulo. Hoje é sócio do ANZ Imersive Áudio e fala com a Backstage como é colocar a mão na massa no áudio imersivo (clique aqui ou na foto para ler a entrevista completa).
Rodrigo Meirelles – Com ampla atuação no ensino de áudio, Rodrigo é professor universitário na Arizona State University. Antes, o engenheiro de áudio trabalhou por 10 anos da Rede Globo em diversos cargos na área de áudio da emissora, inclusive o de supervisor executivo de áudio. Rodrigo fala sobre a importância de encarar os recursos tecnológicos como ferramentas para criar a imersão na obra artística (clique aqui ou na foto para ler a entrevista completa).