A indústria da música sempre teve o espaço do imponderável. Quem poderia saber de onde o sucesso viria? Qual artista iria dar aquele lucro para a gravadora, a grande protagonista dos negócios musicais no século XX? Quem iria passar da primeira música, ou do primeiro álbum, e permanecer? Como separar o joio do trigo?
Ainda que não fosse possível fazer previsões, havia um caminho a ser seguido: no tempo do vinil, lançar um compacto, colocar a música em trilhas de novela e para tocar no rádio, ver se a música colava, fazer um álbum, verificar se, até o terceiro, o artista se estabelecia e shows para promover o disco. Caso não fosse um grande vendedor, como acontecia com muitos dos medalhões da MPB, ver como ia a repercussão dele nas esferas da “alta cultura” musical brasileira.
Na época do CD não mudou muito. Pelo contrário, foi possível investir em muita coisa que já se sabia que traria lucro: reedições especiais, remasterizações com a “pureza digital”, sucessos antigos se tornando sucessos ainda maiores na substituição das antigas coleções de vinil por CD, com uma derrocada dos singles que parecia definitiva. A imagem ganha força com os DVDs.
Aí veio a pirataria, tanto a física como a pela internet. No início dos anos 2000, o mercado fonográfico vira de cabeça para baixo. A partir daí, começa uma corrida por um novo modelo de negócios. Surge a primeira plataforma musical, da Apple, o ITunes, baseado em donwload autorizado de arquivos musicais. No decorrer dos anos 2000 e 2010 surgem outras. Se desenvolvem as redes sociais. Surgem também os serviços de streaming, que se estabelecem, pelo menos até o momento, como o caminho para a indústria da música.
Mas, no meio disso tudo, as gravadoras perdem o monopólio da “curadoria” dos artistas da indústria musical. Elas não se preocupam mais em investir nos novos artistas. “Eles que lutem”, para usar uma expressão popular na internet. Eles que invistam nas gravações, nos clipes, na difusão em rede social, na equipe que os assessora... Se, por um lado, a digitalização e barateamento da tecnologia e do acesso a ela, permite aos músicos gravar seu trabalho e divulgá-lo na rede, parece ser mais difícil atingir um público e viver do trabalho musical.
Mas quem investe nisso afinal? Como conseguir o capital de giro para isso tudo sem as gravadoras, que hoje só pegam os artistas com um lucro pronto para ser potencializado pelas ricas estruturas de distribuição? E como saber em que ponto da carreira está? No que investir? No clipe? Com que “feature” será possível garantir os “likes” e “compartilhamentos” que levam ao sucesso? São estas perguntas que a Strm – empresa na qual Henrique Portugal, ex-Skank, investe - se propõe a responder.
O funk também está presente com Valesca
Antes de mais nada, é preciso não cair na armadilha do debate raso sobre a intangibilidade da arte e a suposta incompatibilidade desta com pensamentos mais concretos a respeito de mercado, lucro e uma progressão planejada de uma carreira. É preciso dizer isto antes que Henrique Portugal, tecladista do Skank, músico formado em economia, explique sobre como a carreira musical pode sim ter um apoio de ferramentas amplamente usada em outros setores econômicos que não a economia criativa: “quando o Skank começou, a forma de apresentar o artista no mercado envolvia muito o feeling de profissionais, diretores artísticos e até de divulgadores de rádio, que as vezes tinham acesso a artistas locais de sua cidade.
Não é que a Strm dispense isso, de forma alguma. Somos o complemento para este tipo de trabalho que sempre será de extrema importância.
O que fazemos na Strm é o que acontece na maioria das empresas de outros setores: ter especialistas na área e fazer com que as decisões importantes sejam tomadas balizando em métricas, números, estatísticas e padrões conhecidos em cada segmento. Isso é uma coisa que faltava, acredito, na indústria da música.
Hoje, as gravadoras não são as mesmas empresas que as plataformas de streaming. Então você tem os números das gravadoras, tem os das plataformas de streaming, os das plataformas de vídeo e tem o das empresas que fazem estatística de rede social, então hoje é mais fácil. Os números são mais abertos e a indústria, de certa forma, se tornou mais transparente, e isso tem facilitado bastante”, resume Portugal.
Henrique Portugal se tornou um dos conselheiros e investidor da Strm por conta do estreitamento de uma amizade com gestor de investimentos e um dos fundadores (com o CEO Fernando Gabriel) Thiago Lobão. “Além de sócio investidor uso minha experiencia na área de música – longa e com relacionamento com grandes empresas do setor - e também a minha experiência em desenvolvimento de startups, desenvolvimento de processos, de produtos, de posicionamento e reunião de conselho, coisas importantes porque às vezes pensamos da mesma maneira mas tentamos realizar de maneiras diferentes. A minha longa experiencia nessa área é o que tento passar para a turma: o que funciona e, principalmente, o que não funciona, para evitar erros cometidos no passado”, detalha, lembrando também de sua experiência como analista de sistemas antes de o Skank estourar.
O músico e investidor acredita que as ferramentas da Strm podem ser determinantes em trazer transparência e parâmetros definidos para o investimento em música. “O que estamos buscando é trazer transparência em um setor que sempre foi tratado de forma diferente. Quando falamos em arte, estamos tratando de pessoas.
Existe todo um histórico de como tratar pessoas. Aí vai desde o departamento de RH das empresas, que define um perfil do profissional a ser contratado, as aptidões que você gostaria daquele profissional. É assim também na indústria da arte. A gravadora buscando um artista com um perfil tal, ou um artista procurando se envolver e entender as suas fragilidades e seus potenciais. O que estamos fazendo é isso. Trazer metodologia, regra, estabelecer padrões de realização, porque com a perda do poder das gravadoras, elas não investem mais tanto nos artistas que estão começando. Então temos que achar soluções que viabilizem o investimento em artistas que tenham um grande potencial de gerar rentabilidade e fazer com que isso se torne transparente a ponto de uma pessoa, ou até um fundo de investimentos, queiram investir em um artista. Acho que tem um grande futuro o que estamos fazendo. Estamos gerando uma grande transparência para as pessoas que gostam de música e queiram investir em artistas. Tenho certeza que isto vai se tornar um padrão da indústria da música em pouco tempo”, conclui Henrique Portugal.
No sertanejo, Bruno e Marrone faz parte do portfolio
Como funciona
Mas há todo um método e um trabalho de construção o qual Fernando Gabriel, CEO da Strm detalhou para a Revista Backstage. Com mais de 20 anos de dedicação ao mercado musical, atuando com os mais diversos gêneros e artistas de sucesso como empresário e investidor,
Fernando Gabriel nos conta, na entrevista que segue, como a empresa construiu seu método de medição das carreiras artísticas e o estreitamento das relações com Henrique Portugal.
Como perceberam essa relação entre carreira musical e mercado financeiro?
Para entender isso, acho importante falar da minha trajetória: tranquei a faculdade no último para ser cantor e compositor. Isso de 2006 a 2009. Em 2009, meu projeto era de pop rock. O sertanejo veio muito forte na época, o pop rock se esvaiu e eu já tinha estúdio montado. Tive uns dois anos de hiato (na música) e comecei a trabalhar outros artistas, como empresário e investidor para colocar em prática aquilo que eu tinha adquirido de experiência no meu próprio projeto, e foi legal. Consegui uma relevância boa na minha produtora e começaram a surgir possibilidades de investimento.
A maioria dos investidores da música que não são da cadeia profissional - quando falo cadeia profissional falo basicamente de escritórios especializados em música – fazem um investimento na música é muito amador, pautado na emoção, na relação pessoal, no glamour, no status, não como uma atividade visando o lucro de forma profissional. O artista não está procurando um dinheirinho para ajudar. Ele quer um suporte, um apoio. Ele quer algo consistente e que possa se tornar lucro para que esse ciclo se renove. Ninguém investe a sério em algo que não dá retorno. Então, vendo que de fato algumas carreiras são extremamente lucrativas, eu consegui me especializar na parametrização de como se dá a jornada de uma carreira artística, porque esse é o grande problema que identificamos para o investimento em uma carreira profissional: como é isso? Como eu acompanho o investimento? Quem vai me dar visibilidade? Qual o padrão de construção de carreira? Porque ainda é visto como algo muito abstrato, lúdico, parece que está relacionado à sorte, estrela, tudo o que não tenha algo tangível e não tenha previsibilidade.
O que fizemos nestes três anos de Strm foi parametrizar essa jornada e trazer previsibilidade e parâmetros para que qualquer pessoa entenda como ela se dá, porque há muitos padrões que se repetem. Não e aleatório como parece.
Nós viemos parametrizando todos estes estágios de carreira para poder dizer qual estágio o artista está, se a característica deste estágio é ter ou não ter a receita, se o artista está longe ou perto de ter lucro, se o desafio que ele está enfrentando é psicológico, ou de conceito, ou de retração de mercado, ou de expansão... Enfim, assim como em uma startup, definimos os desafios, os modelos de operação mais compatíveis, a criação, incubação, aceleração e expansão, e aí definimos, por estagio de carreira, quais são os tipos de investimento mais adequados.
Se você pensar em uma jornada de construção de uma carreira artística e comparar com a construção de uma startup, pode perceber que é extremamente similar. O investidor, a princípio, investe não na ideia. É claro que a ideia tem que ser boa, mas ele investe na equipe, no empreendedor. Se ele não acredita que aquele empreendedor é capaz de colocar aquela ideia proposta, ele tá fora, Então o time tem um papel fundamental, e isso é algo que a gente vem conscientizando os artistas. Se você pegar a referência do mercado, todos os que ficam lá no topo, seja o Wesley safadão, ou o Gustavo Lima, Caetano Veloso, Ivete... todos eles são super empreendedores.
E como acontece o trabalho?
Então fizemos o algoritmo. Ele tangibiliza as coisas para quem não é do meio entender como funciona. Hoje partimos de uma base de dados de 60 mil artistas a partir de dados públicos. Com apenas esses dados públicos de performance em plataformas como Spotfy, Instagram e Youtube, identificamos e classificamos esses 60 mil artistas por estágios de carreira. Imagine que você está olhando para uma tela preta que tem um monte de pontinho branco. Colocamos nosso algoritmo nisso e ele classifica automaticamente todas aquelas bolinhas por estágio de carreira. Já entendi que não são todos iguais, isso não é aleatório, estão classificados em estágios diferentes. Ótimo. Nosso algoritmo, quando ele acompanha por um determinado tempo, sabe qual é o artista que está evoluindo mais rápido. Então imagina que alguns desses pontinhos brancos se tornam vermelhos. Você já consegue, então, identificar aqueles que estão evoluindo mais rápido. Ali, conseguimos filtrar, por estágios de carreira, quem tem a maior maturidade e a maior propensão a dar aquele salto para a lucratividade.
Um artista que está em um estágio muito inicial de carreira e não tem conceito está no desafio do conceito. Então mesmo que você coloque um milhão de reais ele não vai criar conceito só por isso. No começo o dinheiro não faz tanta diferença. Dizemos que o desafio é conceitual, e não financeiro. Não é quem tem mais dinheiro, e sim diferencial. Quem tem mais originalidade, autenticidade. Esses são os artistas que conseguem romper a barreira de conceito. Agora, aqueles que estão entre os estágios cinco e sete, que é o estágio promissor, sustentável e de sucesso local, já tem o conceito validado. Nesse momento já sabemos que o dinheiro faz diferença. Uma vez que conseguimos filtrar pelos resultados mais adequados e mais maduros para receber esse investimento, fazemos uma análise preditiva de padrão de comportamento para entender quais desses pontos vermelhos que estão na faixa adequada de investimento vai ter uma tendencia maior a continuar crescendo. Fazemos então mais uma filtragem e aí já é uma análise preditiva. Vamos dizer que desses 60 mil a gente filtrou e sobram dez nomes. Nesses dez nomes fazemos uma segunda camada de análise que não é de performance, como foi até agora. Aí é uma análise de risco. Para isso desenvolvemos um diagnóstico de carreira que é baseado em dados humanos. Então quem tem que responder é o próprio artista e a equipe dele. Eles vão responder questões relacionadas a desenvolvimento de competências como composição, performance de vocal, a equipe, as áreas de marketing, artística, administrativa comercial, a parte de investimento e também o mercado em que ele está mirando Esse diagnóstico associamos a risco. Então, quando fazemos a leitura da performance filtrando os artistas e depois fazemos uma análise, temos fundamentação o suficiente para fornecer ao investidor mais criterioso um fundamento. Isso é o que um investidor profissional espera: análise de dados, previsibilidade e embasamento, e não só alguém chegar para ele dizendo: “eu tenho o próximo hit, sou muito bom e investe em mim”.
Bell Marques representa o Axé na Strm
Em que momento a empresa faz contato com o artista, ou o artista faz o contato com a empresa?
Nós temos que separar em duas partes: nos últimos três anos nós validamos tudo isso que falei para você de uma forma analógica. Os artistas nos buscavam porque sabiam que éramos especialistas em converter investimentos, porque nós temos a linguagem. Nós conseguimos conversar com o investidor de uma forma clara, transparente e profissional. Ele entende o que dizemos, entende os riscos, o potencial de retorno e toma uma decisão bem embasada. Então, sempre fomos procurados por artistas. Isso até hoje. Só que de uma forma analógica, consultiva, no “tete a tete”. Assim, ainda não conseguimos escalar isso para que consiga causar um impacto real na indústria, e nosso objetivo é mudar essa perspectiva. É por isso que estamos focando toda a energia e empenho nessa parte de setoração digital, do algoritmo, da nossa plataforma, porque a nossa ideia, em um futuro próximo, é montar o nosso fundo de investimento em carreiras artísticas e, através da nossa plataforma que monitora o mercado, identificar essas opções. Como opções, entendem-se os artistas que não tem algum tipo de contrato com alguma gravadora ou escritório. Os que estão disponíveis faremos esse tipo de análise de diagnóstico e, automaticamente, os colocaremos como opções de investimento para investidores que querem diversificar a sua carteira. A visão de futuro é essa.
Já estamos fazendo diversos testes com grandes players do mercado musical. Eles já estão usando nossa ferramenta, que chamamos de radar, para monitorar o mercado que está acontecendo,
e também já estão usando nosso diagnostico para identificar não só o risco como também mais de 400 critérios que avaliamos com o diagnóstico. Fazemos o diagnóstico para ter uma noção de nível de maturidade nesses critérios e a análise preditiva sobre o que dá para esperar nos próximos doze meses. Fazemos também uma análise dos canais em que eles estão empregando os esforços, para saber se são adequados ao estágio de carreira.
Fazem só o diagnóstico ou a orientação da carreira também?
Temos um produto chamado DNA Musical, porque entendemos que um dos principais problemas dos artistas é validar o conceito artístico. Essa expressão “conceito artístico” é muito vaga. O que é? Fizemos um estudo dessa parte e criamos o DNA Musical, que vai integrar os nossos produtos. Ele já ajuda o artista a entender os aspectos fundamentais para a construção dele. O artista, de fato, pode ser muitas coisas e ele pode não ter a clareza do que mais funciona para ele e não conseguir materializar isso de forma clara explicar para o produtor e compositor. Então a gente montou o DNA musical com esse intuito. Entender as referencias do que fez o artista ser o que é hoje, a tendencia do que ele ouve hoje, que são tendencias mercadológicas, o tipo de mensagem, proposito, os benchmarks, o consumo geográfico e demográfico, o tipo de inovação e o nível de inovação para aplicar no conceito para no final ele ter um mapa muito claro para falar com qualquer pessoa - seja o produtor musical, o compositor ou o empresário - e ter clareza de onde ele veio e para onde ele vai.
Com quantos artistas trabalham atualmente?
Já trabalhamos com mais de 200 artistas. Isso juntando as experiencias, dos sócios. Com a Strm já trabalhamos com cerca de 40 artistas de forma mais consultiva. Já conseguimos converter mais de R$10 milhões de investimentos para esses artistas, e são artistas que as pessoas não ouviram falar, realmente anônimos, que tinham dificuldades de converter (em investimentos) porque não tinham uma abordagem correta. Hoje, agora, depois da pandemia, entramos nesse processo digital muito forte. Estamos, cada vez menos dando foco para essa parte mais analógica consultiva, que não é tão escalável e não provoca impacto no mercado, e estamos focando nossos esforços totalmente em escalar isso de uma forma digital. Hoje ainda é um processo consultivo, pelo site, e-mail e Instagram e utilizamos nossas ferramentas digitais baseados em dados. É um híbrido. Uma consultoria com as ferramentas analógicas.
Essa questão dos estágios, como isto é aferido? Por execução nas plataformas?
Isso. O estágio de carreira é medido através da performance, que é a aderência dos produtos lançados.
Um artista é tão grande quanto audiência que ele criou, quanto a base de fãs dele e a demanda de shows que ele proporciona. É assim que os artistas vão evoluindo em estágio de carreira: quanto maior a base, maior o número de pessoas que ele coloca em um show, melhor o cachê, começa a abranger novas regiões, maior abrangência geográfica, e quanto mais ele perpetua e compõe um legado, maior fica.
O nosso proposito inicial é dar autoconsciência para os artistas, porque eles tomam decisões muito equivocadas por causa de falta de clareza do estágio em que está a da estratégia. A estratégia de incubação de um estágio inicial é muito mais online, com apostas menores.... Só que ele nesse começo (o artista) já quer gravar um DVD, comprar um ônibus, quer ir para radio, aí já estamos falando de investimentos muito maiores. Rádio, que é ambiente aberto, não é ambiente de teste, é de expansão e consolidação do que já deu certo, e toda vez que alguém fala para o artista “não vai para radio porque ainda não é a hora” ele fala: “mas não é por quê?” Ele acha que vai para a radio e vai bombar. Então a gente tem fundamentação hoje para não discutir opinião, porque discutir opinião não chega a lugar nenhum. Esse e o nosso propósito: tomar melhores decisões e criar uma autoconsciência que seja levada em consideração para decisões estratégicas.
Como se deu a relação com Henrique Portugal?
Quando ele nos conheceu, falou: “cara, em trinta anos de mercado eu nunca conversei com ninguém na indústria da música de forma tão clara e organizada”. Esse foi o nosso primeiro contato e ele ficou entusiasmado porque ele ama dados e ama música. Estamos unindo isso. Eu, por exemplo, já fui em mais de três mil shows. Sejam os meus, de artistas em quem estava investindo ou os que eu acompanhava de mercado., e essa vivência faz muita diferença quando começa a colocar em números, porque não é alguém que nunca viveu o dia a dia da música. Esse é o nosso maior trunfo porque estamos tangibilizando coisas que nós vivemos.
Algo mais que gostaria de comentar?
Já geramos receita e estamos trabalhando há três anos. Estamos passando por uma digitalização para escalar os serviços e produtos, e agora estamos na rodada de investimento semente, captando com alguns fundos internacionais que estão super entusiasmados com essas possibilidades.