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35 anos de televisão

19/02/2020 - 10:30h
Atualizado em 30/07/2020 - 09:09h

Titãs

‘Televisão’, segundo disco dos Titãs, que deu ao mundo canções como "Pra dizer adeus" e "Insensível", além da faixa-título, completa 35 anos este mês e reinagura a extinta ‘Seção Gramophone’, da Revista Backstage impressa, que trouxe em cada edição, as histórias de bastidores das gravações de grandes álbuns da música brasileira.

 

Titãs Televisão

 

Lançado no dia 27 de junho de 1985, o LP Televisão, dos Titãs, que traz um lado mais pop do grupo, completa 35 anos este ano. O álbum que lançou canções eternizadas no cancioneiro popular como “Pra dizer adeus” e “Insensível”, foi gravado pela Warner Music (WEA). A banda, criada no fim dos anos 70, em São Paulo, tinha uma formação totalmente inusitada: eram oito músicos cantando e tocando no palco: Arnaldo Antunes (voz), Branco Mello (voz), Charles Gavin (bateria), Marcelo Fromer (guitarra), Tony Belloto (guitarra), Nando Reis (baixo e voz), Paulo Miklos (sax, teclado e voz) e Sérgio Britto (teclado e voz).

 

 

Televisão foi o segundo disco da banda e marcou a estreia do baterista Charles Gavin, substituindo André Jung, que passou a tocar no Ira!, curiosamente, antigo grupo dePena Schmidt Gavin. Lulu Santos ficou responsável pela produção do álbum e, além de produzi-lo, fez duas participações: tocou guitarra em “Pra dizer adeus” e baixo em “Dona Nenê”.

O trabalho de Lulu Santos não agradou muito à banda. O convite ao cantor foi uma tentativa de o grupo conquistar o mercado musical carioca, mas foi em vão. O conceito artístico do álbum era de que cada faixa representasse um canal televisivo, o que contribuiu para a sua falta de unidade. A produção executiva ficou a cargo de Pena Schmidt.

Televisão foi gravado no estúdio Transamérica, em São Paulo, e, segundo Schmidt, todos os equipamentos usados foram analógicos. As gravações duraram poucas semanas, mas, para o produtor executivo, foi o suficiente para a excelência do resultado. Pena Schmidt acredita que a prática de estúdio que os Titãs já tinham favoreceu o trabalho da banda. “Eles já chegaram com muita experiência neste assunto e, além disso, o Lulu Santos soube como deixá-los bem à vontade”, recorda. “A Warner Music (WEA), gravadora responsável pelo lançamento do álbum, não teve do que reclamar. O disco tinha sucessos e colaborou para posicionar a modernidade da banda”.

 

 

Como em todo trabalho, as divergências eram muitas, mas, segundo Schmidt, no final, tudo era resolvido em consenso. O produtor se lembra de um detalhe curioso: havia sempre muita pizza no estúdio, para o grupo poder trabalhar tranquilamente. Das 11 músicas do disco, apenas duas estouraram na época do lançamento e foram muito pedidas nas rádios do país: Televisão (Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Belloto) e Insensível (Sérgio Britto).

 

 

Outras, como Pra dizer adeus (Nando Reis e Tony Belloto), Não vou me adaptar (Arnaldo Antunes) e Pavimentação (Arnaldo Antunes e Paulo Miklos), só fizeram sucesso anos depois, quando foram regravadas pela banda. A canção que fecha o álbum, Massacre (Marcelo Fromer e Sérgio Britto), por sua vez, apontaria a direção musical mais pesada que a banda adotaria a partir do álbum seguinte, Cabeça dinossauro (1987), que se tornaria um clássico do rock nacional e a obra-prima do grupo.

 

Desde sua criação, os Titãs passaram por altos e baixos, como a saída de Arnaldo Antunes e Nando Reis, ambos seguindo carreiras solo, e, mais recentemente, do baterista Charles Gavin. A banda sofreu ainda a perda de Marcelo Fromer, morto em 2001.

 

 

Em 2009, os quatro remanescentes lançaram o álbum Sacos plásticos, com Branco Mello e Sérgio Britto nos vocais, Paulo Miklos nos teclados, saxofone e voz, e Tony Belloto na guitarra, acompanhados por músicos de apoio nos shows.

 

 

Em 2014 e 2015 lançaram respectivamente os álbuns Nheengatu e Nheengatu Ao Vivo ainda com Paulo Miklos, que em julho de 2016 deixou a banda, alegando decisão pessoal, para se dedicar a projetos individuais e entrou Beto Lee (filho de Rita Lee), na guitarra, ficando então com a formação: Sérgio Britto (voz, teclado e baixo), Branco Mello (voz e baixo), Tony Bellotto (guitarra), Beto Lee (guitarra) e Mario Fabre (bateria).

 

Em 2018, lançaram a Ópera Rock "Doze flores amarelas" e atualmente o EP Trio Acústico está disponível nas plataformas digitais.

 

A música que leva o título do álbum, Televisão, foi tema de abertura do programa de Marcelo Adnet na Rede Globo em abril de 2014, continuando até á última temporada exibida, já na versão regravada por Lulu Santos. Confira clicando na imagem:

 

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Matéria: Fernanda Coimbra /
Atualização: Leonardo Carneiro Costa / Fotos: Divulgação

Matéria publicada originalmente na edição da revista Backstage nº 187 

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