Boooooora... Vou tentar resumir uma história muito longa, mas dando os nomes dos responsáveis por essa estrada gostosa e divertida nesse Universo maluco da Música e do Áudio. Vamos lá...
Tudo começou em São Paulo, no famoso, e extinto há décadas, Salão da Criança”, no Ibirapuera. Em um belo dia de visita e diversão havia uma fila gigante, a qual não se via o final. Mas eu como já nasci ansioso, falei pros meus pais que queria entrar nela. Uma bela surpresa no final, foi uma mini bateria que estava provocando um verdadeiro tumulto na fila... hahahahaha. Finalmente quando chegou minha vez, uma bandinha de coreto começou a tocar bem ao lado, e não sei de onde veio a inspiração, comecei a tocar junto com eles. Bom, fui extremamente egoísta e fiquei umas quatro músicas empacando a fila, por determinação dos responsáveis da bagunça. Acredito que foi o primeiro sinal...
Passado algum tempo, o primeiro grande “culpado” dessa jornada foi o meu querio tio Mira Ronconi, sim, pai do Carlos Ronconi. Ele teve a idéia de fazer uma bateria de latas de óleo e tampas de panela, lá em um remoto passado em São José dos Campos, pois todos os irmãos eram muito ligados em música e barulhinhos relacionados. Isso deve existir em um filme Super 8, que em algum momento da história vai ser restaurado pelo Ronconi, se é que esse rolinho existe ainda em algum arquivo morto da família.
Tio Mira Ronconi, o primeiro “culpado”!!!... Saudades
Meus tios por parte da família Farat, eram muito da música tb... Todos tocavam seu violão, o sagrado violino do Tio Elias, a Sanfona do Tio Pedro, os teclados do Tio Berto, fora seus amigos seresteiros que faziam grandes rodas de Seresta em Caçapava e na Lapa em Sampa. E logo ganhei um (acreditem) cavaquinho de presente. Bom, já foi um empurrãozinho bem dado...
Vou dar um pulo pra meados dos anos 70, quando a Globo teve a linda idéia de criar um programa sob a batuta de Nelson Mota, chamado Sábado Som, onde definitivamente eu e meu amigo de classe na escola Mané Martinho ficamos viciados na telinha, com os primeiros programas do Floyd nas Ruinas de Pompéia e o California Jam... Logo depois dos programas já descíamos pro porão da sua casa no Jardim São Paulo e fazíamos um som, horroroso, mas era o que tínhamos na época.
O primeiro Sábado Som
O porão da casa do Mané!!!
Aí o cenário vai pra Caçapava, no Vale do Paraíba, onde eu já tocava batera na banda no Márcio de Sousa, irmão do Maurício, que me levou diretamente da Praça da Bandeira para a Maurício de Sousa Produções, onde tomei gosto por gravações, como músico e técnico. Foi aí que o mosquitinho do áudio fez seu trabalho!!!
O empurrão final, veio do Dark Side Of The Moon(Pink Floyd) e o A Night At The Opera(Queen), que ganhei no meu aniversário de 16 anos, e parou a festa pra ouvir o que era aquela banda que fazia uma fusão inacreditável de Rock e Erudito. Apesar do meus primeiros discos de vinil Meaty Beaty Big and Bouny do The Who, e um compacto simples do Paul com Helen Wheels do lado A e Country Dreamer do lado B, proporcionarem um estrago na minha vitrolinha Motoplay Vermelha, esses álbuns do Pink Floyd e do Queen, viraram a cabeça desse boy de construtora aqui. Jamais imaginaria nessa época de sonhos que um dia teria um longo papo com o Pai do “The Dark...”, Sir. Alan Parsons... Coisas do destino. Por aqui, o primeiro e espetacular álbum do Guilherme Arantes fez sua parte, sem que eu imaginasse que um dia seria engenheiro de monitor dos seus shows.
Por falar no destino e encontros, meu primeiro show na vida foi Viagem Ao Centro Da Terra, no Ginásio da Portuguesa, em 76. Rick Wakeman tocou na época com Sinfônica e Coral, foi demais. Depois veio o Seconds Out do Genesis. Quando Alice Cooper tocou no Anhembí eu ainda não tinha idade pra festa do Rock. Quando contei isso ao vivo pro Wakeman, ele só acreditou quando dei o set list dos dois dias de show... Hahahahaha.
Dos estúdios do Maurício pro Vice-Versa, Nossoestúdio, Mosh, Artmix, KLB e outras aventuras de estúdio eu vou deixar pra outros posts pra não me alongar muito.
No stage, o primeiro cara que acreditou em mim foi Ritchie Court, na tour Voo de Coração, onde incrivelmente deu tudo certo e eu me apaixonei perdidamente pelo mundo do Monitor. O que veio depois foi sensacional, e algumas histórias estão aí na minha coluna. O importante desse post é das uma pincelada do começo de tudo.
Agradeço com todas as forças aos meus Padrinhos queridos, Tio Mira, Márcio e Maurício de Sousa, Luiz Botelho, Rogério Duprat, Sá & Guarabyra, Ritchie e todos que me ajudaram nessa jornada de 43 anos. Espero nunca ter decepcionado nenhum de vcs, pois luto diariamente pra me tornar um profissional melhor em todos os sentidos. Aos poucos as histórias vão aparecendo por aqui, senão ficaria escrevendo um artigo chato e cansativo agora.