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REPORTAGENS / Colunas

A importância de ouvir muita Música!!!

17/01/2024 - 16:21h
Atualizado em 23/01/2024 - 19:59h


 

Sejam, mais uma vez, muito bem-vindos aos nossos papos na coluna. Começo esse artigo lá no início dos anos 80, quando eu era um boy de construtora metido a besta, que tinha conseguido uma vaga de assistente de estúdio no lendário Vice-Versa.

 

Jamais vou esquecer as grandes dicas que recebi de todas as estrelas que habitaram aquele espaço sagrado do Universo do Áudio, e vou começar pelo saudoso bass player Gabriel Bahlis. Um dia ele me chamou em um canto da sala e disse: “moleque você curte bastante as gravações de baixo, certo??? Então vou te dar uma dica: pegue um pedacinho do seu próximo salário e corra pra Teodoro Sampaio comprar pelo menos dois álbuns do Tower of Power, e devore com muita atenção as canções!!!”.

 

Claro que lá fui eu, e com a primeira lição oficial do Vice, furei o vinil, ou melhor, os dois, e conheci o Sr. Francis Rocco Prestia, o baixista da banda. Uma referência sensacional pro moleque empolgado e já sofrendo de ansiedade como eu... Thanks a lot Gabriel, onde quer que vc esteja!!!

 

Outro exemplo??? Luizão Guilherme Rabelo. Vi ele entrar na técnica um dia, depois de uma tomada de base, e perguntar quem tinha tocado aquela bateria, pois não era ele. “Por favor, vamos regravar o Luiz Batera”. E lá vinha mais dicas: “Farat, ouça as baterias que estão soando bem por aí e imagine se alguém colocou um saco de areia dentro do bumbo!!!”. E assim foi: cada bolacha que eu escutava, principalmente as bateras do Deep Purple e do Mago Ian Paice, me afastavam cada vez mais daquele procedimento ridículo!!!

 

E não parou por aí, pois comecei a virar quase um “dependente químico” de ouvir muita, mas muita música, com os caras que eu admirava, me fazendo ouvir os instrumentos dentro da sala e comparar com o que eu escutava nos álbuns... Tinha que ser exatamente a mesma sensação!!!

 

Sem querer generalizar, mas acho que tem gente que olha demais para os plug-ins e ferramentas antes de conhecer a obra do artista a ser gravado ou mixado no stage. Principalmente na era dos in-ears, timbrar uma gig com elementos que nunca fizeram, nem vão fazer parte daquele estilo, é pior do que usar um fone só na orelha, ou uma mix mono...

 

Ouvir música de verdade nos inspira e nos conduz corretamente e quase involuntariamente ao Universo das captações e mixes. Quando entro em uma banda, ou vou encontrá-la no stage, independentemente do espaço que ela ocupe na mídia, com certeza vou ouvir o material dela que hoje em dia existe nas redes. Uma música plantada e regada no nosso cérebro, pode até melhorar o conceito de algumas delas.

 

 

Ah, não citei o Duda Neves que, como meu puxador de orelhas oficial, pediu que eu mostrasse a ele os álbuns nos quais o hi-hat estaria em outra sala; e Dudu Portes querendo ouvir uma bateria desafinada em um álbum do Earth, Wind & Fire, por exemplo!!!

 

Tudo nas músicas vitoriosas nos sugere algo novo, mesmo que gravadas muito tempo atrás. Descubro coisas nos álbuns de Tommy Dorsey, de Adoniram Barbosa, dos Eruditos, do Clube da Esquina, Tom Jobim, Beatles, do AC/DC... Não importa o gênero, abasteça seu HD interno com muitas canções!!!

 

 

Em todos esses, até aqui, 40 anos, tenho um vício em “ouvir” o tempo todo. Me recordo muito bem, agora no Mundo da Publicidade, quando a Teresa Souza me chamou no Nossoestúdio, e jogou na mesa o CD da Glória Estefan com o hit das Olimpiadas “Reatch”, e deu a missão para que eu e o Dudu, produtor do estúdio, criássemos a atmosfera dessa gravação, pois essa peça precisaria virar uma campanha política naquele ano. Depois de exaustivas audições dentro da técnica, a referência dessa canção tirou o candidato da lanterna para a vitória!!! Poderia ser qualquer outra, um samba, uma guarânia, uma valsa, não importa. O importante era a canção escolhida nos conduzir na criação... Isso inclui meu ídolo maior no áudio, Sr. Alan Parsons.

 

 

Senhores, prá essência não existe plugin, ela já nasce vitoriosa. O que precisamos fazer, é interpretar as canções por aí, e como eu disse acima, abastecer nosso HD cerebral...

 

Boooooora, até o próxima!!!

 

Que os dias sejam Musicais e Produtivos!!!

 

 

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