Nesta coluna vamos falar de Pré-Amplificadores, sua evolução através do tempo e o que quer dizer alguns parâmetros.
O Pre-amp é o primeiro estágio e um dos mais importantes para o resultado final do trabalho. Faço aqui um paralelo com a fotografia, na qual, além de uma lente luminosa, você precisa de uma câmera (corpo) à altura. Se não, mesmo com todo esforço de edição, a foto ficará com uma aparência falsa. É no pré que acontece a amplificação do sinal mais “frágil” de todo o signalpatch. Os Pré-amps recebem o sinal do microfone em torno de 0,025V (-30dBu) para entregar na saída um ganho total de aproximadamente 60dB na maioria dos casos.
Tipos de topologias
Ao longo dos anos, os projetistas criaram diversas topologias para circuitos preamps. No inicio da gravação elétrica comercial, só havia circuitos a válvula, básico em seu funcionamento. Esses usavam transformadores para acoplar o circuito e casar as impedâncias de entrada e saída do equipamento. Necessitava de uma fonte de alta voltagem para os anodos (placas) das válvulas e outra fonte de 6v para os filamentos.
Com a introdução dos transistores, em 1947, abriu-se um novo campo para as possibilidades de construir pré-amps menores, mais leves e com mais canais,mas só na década de 70 começoua ficar viável com a popularização do semicondutor. Na década de 80 os fabricantes japoneses apresentam ao mercado as soluções “semi-pro”, com uma linha de pré-amps multicanais e consoles de baixo custo. Lembrando que naquela época os consoles de primeira linha custavam na casa de cinco ou seis dígitos em dólares.Nos circuitos pré-ampsdos anos 80, foi largamente aplicado a configuração hibrida. Noventa por cento dos circuitos usavam transistores no primeiro estagio e amp-op nos demais até que a Burr- Brown desenvolveu circuitos integrados para estagio de entrada de microfone e também para output drive. Foi uma excelente solução adotada por muitos fabricantes. Pois diminuiu bastante o custo de fabricação.
Então a partir dos anos 90, com a chegada da tecnologia SMD para o mercado aberto, os pré-amps foram ficando mais compactos e baratos, porém com qualidade sonora inferior comparando os produzidos anteriormente.Desde o final da primeira década dos anos 2000 o mercado está repleto de opções de combos pré-amp + conversor (placa de som) para todos os gostos, atendendo o mercado home studio. Normalmente trate-se de um circuito bem compactado com poucos ICs. Normalmente um para o pré-amp + AD, um microcontrolador e o IC para as portas USB, Firewire ou Thunderbolt.
Alguns Parâmetros:
Hoje temos uma gama enorme de opções. Desde as marcas clássicas de primeira linha, passando pelos handmades, os vintages e até os de baixo custo. Mas deve se observar alguns parâmetros nas especificações técnicas no manual do proprietário.
Relação sinal ruído: SNR
É comparação entre o nível mais alto de sinal e o nível do ruído presente. Quanto maior for o número, melhor.
Ruído de fundo: NOISE FLOOR
É a soma de todos os ruídos residuais que são percebidos na ausência dos sinais.Os ruídos podem vir de interferência eletromagnética ou pela alta capacitância entre os terminais dos componentes em SMD. Geralmente é maior em equipamentos com baixa qualidade.
Resposta de frequência: FREQUENCY RESPONSE
É o resultado da medição do nível do sinal com a variação de frequência. Geralmente essa medição é feita usando um analisador de áudio ou um gerador + um voltímetro AC em 0dB @20Hz a 20kHz.Esse procedimento serve para entender o quão plano é a resposta do seu pré-amp. O parâmetro é importante mas não é decisivo. Os pré-ampsvalvulados não são exatamente planos.
THD : TOTAL HARMONIC DISTORTION
Distorção harmônica total é a soma dos níveis dos componentes harmônicos (Vrms) dividido pelo nível da fundamental (Vrms). Simplificando, quanto menor melhor. Embora em alguns casos um pouco de distorção harmônica traga uma identidade sonora.
SlewRate :
O slew rate é o máximo da saída de um amp-op por microssegundo. Na prática isso muda ligeiramente o timbre de alguns instrumentos, como pratos e caixa,no momento em que o sinal chega ao pico. Ou seja, naquele instante em que a baqueta encosta na superfície do instrumento.