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COLUNISTAS

Válvulas: a história, o funcionamento e o timbre que tantos gostam (Parte 1)

18/09/2024 - 12:23h
Atualizado em 18/09/2024 - 14:40h


 

 

Caro leitor,
Hoje vamos falar sobre amplificação por válvulas. É importante dizer que quando eu uso o termo amplificação, estou me referindo ao circuito eletrônico que amplifica o sinal e não exatamente a amplificadores de potência.

 


Este artigo não tem a intenção de eleger qual é a melhor topologia de circuitos amplificadores (válvulas ou transistores). Para começar, deixo bem claro que, em minha opinião, a escolha depende do propósito e do gosto pessoal.

 

 

A História:
A válvula termiônica foi inventada pelo engenheiro elétrico Sir John Ambroise Fleming em 1904. Ficou conhecida como "válvula Fleming", tratando-se de um diodo. Com um cátodo aquecido e um ânodo, não havia controle do fluxo de elétrons. Ele também foi o autor do projeto do primeiro transmissor de rádio transatlântico e físico que estabeleceu a regra da mão direita.

 

 

Em 1906, o engenheiro norte-americano Lee De Forest inventou a grade de controle e a adicionou ao diodo de Fleming. Estava criada a válvula amplificadora, o tríodo, batizado por ele de AUDION, que funcionava também como válvula detectora.

 

A válvula "moderna" como nós conhecemos foi de enorme importância para o desenvolvimento das comunicações, indústria da música e dos computadores. Também a partir dela foi criada a eletrônica como disciplina. Antes disso, os "computadores" eram mecânicos, e as transmissões eram por meio de um tipo de transmissor que gerava onda eletromagnética por centelha de alta voltagem (Spark Gap Transmitter).


Mesmo com o avanço das tecnologias, usamos válvulas até hoje, não só nos amps de guitarra e pré-amplificadores em geral. Há válvulas em diversas aplicações. Imagine que, na maioria das casas, há um forno micro-ondas, no qual há uma válvula construída em metal (MAGNETRON). Sem falar em aplicações na eletromedicina e transmissores de rádio.

 

 

Funcionamento básico:
Vamos nos concentrar apenas no tríodo, que é o tipo mais comum em aplicações de áudio. Os tríodos mais conhecidos são da família 12**7.

 

 

O tríodo é uma válvula com três eletrodos (daí o nome). Esses eletrodos são montados em um tubo de vidro fechado a vácuo. O cátodo é aquecido pelo filamento. Quando o cátodo chega a uma determinada temperatura, e com uma tensão positiva aplicada no ânodo (placa), os elétrons começam a saltar da superfície do cátodo para o ânodo, surgindo uma corrente elétrica. A grade controla a corrente elétrica que flui entre os eletrodos (cátodo para ânodo). Para controlar o fluxo, é necessária a aplicação de uma pequena corrente na grade. Esse fenômeno torna possível a amplificação de sinais muito baixos (da ordem de milivolts). Na prática, quando é aplicada uma tensão negativa na grade, a corrente é proporcionalmente reduzida entre o cátodo e ânodo, podendo chegar a zero dependendo da tensão de grade. Nesse caso, teremos um controlador de corrente ou uma chave I/O. As chaves I/O são a base da eletrônica digital.

 

Esses circuitos foram largamente usados nos primeiros computadores. Em outro caso, quando aplicado um sinal de áudio, teremos o sinal algumas vezes aumentado e com a fase invertida em 180° no ânodo. Com o arranjo de alguns estágios de amplificação em série, o sinal é amplificado muitas vezes dentro do equipamento, seja um pré-amplificador no estúdio ou um amplificador de guitarra no palco. Cada um com suas particularidades.

 

 

Observem o detalhe da mancha preta no topo da válvula. Na verdade, isso é o vestígio da queima no getter. Depois de retirado o ar por meio de uma bomba de vácuo, a ampola é fechada. Mas, ainda assim, resta um pouco de ar no interior do tubo. Antes dos testes efetivos do controle de qualidade, a válvula é aquecida por indução. A alta temperatura faz o elemento químico (normalmente o Barium) depositado no getter (detalhe da foto) entrar em combustão. Com isso, todo ar restante é queimado. Quando encontramos uma mancha branca, ao invés da escura espelhada, é sinal de que o tubo está contaminado com ar. A válvula está totalmente danificada.

 

Na segunda parte, falaremos sobre a influência dos efeitos elétricos no timbre dos valvulados. Até lá!

 

 

Válvulas: a história, o funcionamento e o timbre que tantos gostam (Parte 1)
Cesar Portela

COMENTÁRIOS

O capacitor envelhece em um equipamento pouco usado também? Ou ele degrada principalmente com o uso? Por exemplo, um equipamento da década de 80 muito pouco usado precisaria de recap por desgaste do tempo?

- Henrique M

Ótimo, vai ajudar muito! Cesar é fantástico, ótima matéria!

- adriano vasque da

Saudades da Paranoia saudável que tínhamos no Freeeeeee Jazzzzzz Festival (imitando Zuza em suas apresentações magnificas) Parabéns Farat Forte abraço

- Ernani Napolitano

Artigo incrivel! Extremamente realista e necessário, obrigado mestre!

- Jennifer Rodrigues

Depois de 38 anos ouvindo o disco, eis q me deparo com a história dele. Multo bom!! Abrss

- Fernando Baptista Junqueira

Que maravilha de matéria, muito verdadeira é muito bem escrita, quem viveu como eu esta época, só pode agradecer pela oportunidade que Deus me concedeu. Vou ler todas, mas tinha que começar por esta… abraços…

- Caio Flávio

Só li verdades! Parabéns pela matéria Farat

- Guile

Ótimo texto Zé parabéns !!!!! Aguardando os próximos!!!

- Marco Aurélio

Adoro ver e rever as lives do Sá! Redescobri várias músicas da dupla valorizadas pela execução nas "Lives do Sá". Espero que esse trabalho volte de vez em quando. O Sá, juntamente com o Guilherme Arantes e o Tom Zé, está entre os melhores contadores de casos da MPB. Um livro com a história da dupla/trio escrito por ele seria muito interessante!

- Bruno Sander

Ontem foi um desses dias em que a intuição está atenta. Saí a caminhar pela Savassi sabendo que iria entrar naquela loja de discos onde sempre acho algo precioso em vinil. Já na loja, fui logo aos brasileiros e lá estavam o Nunca e o Pirão de Peixe em ótimo estado de conservação, o que é raríssimo. Comprei ambos. O 2º eu já tinha, meio chumbado. O Nunca eu conhecia de CD, e tem algumas das músicas que mais gosto da dupla, p. ex. Nuvens d'Água (acho perfeita), Coisa A-Toa (alusão à ditadura?), e outras. Me disseram que o F. Venturini é fã do Procol Harum, e realmente alguns solos de órgão dele fazem lembrar a banda inglesa.

- João Henrique Jr.

Que maravilha de matéria. Me transportei aos anos de ouro da música brasileira

- Sidney Ribeiro

Trabalho lindão. Parabéns à todos os envolvidos!

- Anderson Farias de Melo

O que dizer do melhor disco da música nacional(minha opinião). Tive o prazer em ver eles como dupla e a volta como trio em um shopping da zona leste de sampa. Lançamento do disco outra vez na estrada. Espero poder voltar a vê-los novamente, já que o Sa hoje mora fora do Brasil. E essa Pandemia, que isolou muito as pessoas. Obrigado por vocês existirem como músicos, poetas e instrumentistas. Vocês são F..., Obrigado, abracos

- Luiz antonio Rocha

Que maravilha Querido Paulinho Paulo Farat!! Obrigado por dividir conosco momentos tão lindos , pela maravilha de pessoa e imenso talento que Vc sempre teve, tem e terá, sempre estará no lugar certo e na hora certa ! Emocionante! Tive a honra de trabalhar muitas vezes com Vc, em especial na época do Zonazul , obrigado por tudo, parabéns pela brilhante carreira e que Deus Abençõe sempre . Bjbj

- Michel Freidenson

Mais uma vez um texto sensacional sobre a história da música e dos músicos brasileiros. Parabéns primo e obrigado por manter viva a memória dessas pessoas tão especiais para nós E vai gravar o vídeo desta semana! Kkkk

- Carlos Ronconi

Grande Farat!!! Bacana demais a coluna! Cheio de boas memorias pra compartilha!!!

- Luciana Lee

Valeu Paulo Farat por registrar nosso trabalho com tanto carinho e emoção sincera. Foram momentos profissionais muito importantes para todos nós. Inesquecíveis ! A todos os membros de nossa equipe,( e que equipe! ) Nosso Carinho e Saudades ! ???? ???????????????????? Guilherme Emmer Dias Gomes Mazinho Ventura Heitor TP Pereira Paulo Braga Renato Franco Walter Rocche Hamilton Griecco Micca Luiz Tornaghi Carlão Renato Costa Selma Silva Marilene Gondim Cláudia Zettel (in memoriam) Cristina Ferreira Neuza Souza

- Alberto Traiger

Depois de um ano de empresa 3M pude fazer o bendito carnê e comprei uma vitrolinha (em 12X) e na mesma hora levei Pirão, Quatro (Que era o novo), Es´pelho Cristalino e Vivo do Alceu, fiquei um ano ouvindo e pirando sem parar, depois vi o show do Quatro em Campinas. Considero o mais equilibrado de todos, sendo que sempre pendendo pro rural e nem tanto pro urbano, um disco atemporal podendo ser ouvido em qualquer situação, pois levanta o astral mesmo. No momento, Chuva no campo é ''a favorita'', mas depois passa e vem outra, igualzinho à aquela banda de Liverpool, manja????

- Ademilson Carlos de Sá

B R A V O!!! Paulo Farat não esqueça: “Afina isso aí moleque!” Hahahaha Tremendo profissional, sou teu fã, Grande abraço!

- Dudu Portes

Show é sensacional. Mas a s sensação intimista de parecer que a live é um show particular, dentro da sua casa, do seu quarto, é impagável. Parabéns família, incluindo Guarabyra e Tommy...

- Ricardo Amatucci

Paulo Farat vai esta nas lives do Papo Na Web a partir de amanha apresentando "Os Albuns Que Marcaram As Nossas Vidas"" Não percam, www.facebook.com/depaponaweb todas as terças-feiras as 20:00 horas

- Carlos Ronconi

Caro Luiz Carlos Sá, as canções que vocês fazem são maravilhosas, sinto a energia de cada uma. Tornei-me um admirador do trabalho de vocês no final dos anos 1970 com o LP Quatro e a partir de então saí procurando os discos de vocês, paguei um preço extorsivo pelo vendedor, os LP's "Casaco Marrom" do Guarabyra e "Passado, Presente e Futuro" (primeiro do Trio), mas valeu. tenho todos em LP's e CD's até o Antenas, depois desse só em CD's e o DVD "Outra Vez Na Estrada" exceto o mais recente "Cinamomo" mas em breve estarei com ele para curtir. A última vez que vi um show da dupla (nunca vi o trio em palco), foi no Recife no dia 16/04/2016 na Caixa Cultural, vi as duas apresentações. Levei dois bolos de rolo pra vocês, mas o Guarabyra não estava. Quero registrar que tenho até o LP "Vamos Por Aí", todos autografados, que foi num show feito no Teatro do Parque, as apresentações seriam nos 14,15 e 16/10/1992 mas o Guarabyra perdeu o voo e só foram dois dias, no dia do seu aniversário e outro no dia 16. Inesquecível. Agora estou lendo essas crônicas maravilhosas. Grande abraço forte e fraterno e muita saúde e sucesso pra vocês, sempre. P.S. O meu perfil no Facebook é Xavier de Brito e estou lá como Super Fã.

- Edison Xavier de Brito

Me lembro de ter lido algumas destas crônicas dos discos quando voce as publicou no Facebook em 2013, Sá. Muito emocionante reler e me emocionar de novo. Voces foram trilha sonora importantíssima dos últimos anos da minha vida. Sou de 1986, portanto de uma geração mais nova que escuta voces. Gratidão e vida longa a voces!

- Luiz Fernando Lopes

Salve!!! Que maravilha conhecer essas histórias de discos que fazem parte da minha vida. Parabéns `à Backstage e ao Sá! E, claro, esperando a crônica do Pirão. Esse disco me acompanha há mais de quarenta anos! Minhas filhas escutaram desde bebês e minha neta, que vai nascer agora em setembro, vai aprender a cantar todas as músicas!

- Maurício Cruz

com esse time de referências musicais (exatamente as minhas) mais o seu talento, não tem como não fazer música boa!!!! parabéns!!! com uma abraço de um fã que ouve seus discos desde essa época!

- nico figueiredo

Boa noite amigo, gostei muito das suas explicações, pois trabalho com mix gosto muito mesmo e assistindo você falando disso tudo gostei muito um abraço.

- Rubens Miranda Rodrigues

Obrigado Sá, obrigado Backstage, adoro essas histórias, muito bom, gostaria de ouvir histórias sobre as letras tbém, abç.

- Robson Marcelo ( Robinho de Guariba SP )

Esperando ansioso o Pirão de Peixe e o 4. Meu primeiro S&G

- Jeferson

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