TBT Backstage: Rock in Rio Lisboa (Shows)

 

AMY WINEHOUSE À BEIRA DE UM COLAPSO
Na primeira noite de shows do RiR Lisboa, o Palco Mundo teve cerca de 90 mil pessoas e foi marcada por uma certa decepção do público. A artista britânica Amy Winehouse teve uma fraca performance em palco, devido à embriaguez e à falta de voz. Centenas de milhares de portugueses assistiam pela televisão, ao vivo, aos lapsos de memória da cantora, sua afonia e queda em pleno palco.

 

 

A equipe responsável pela transição dos músicos no palco, coordenada por Nico Gomes, diretor técnico do RiR com quem a Backstage conversou, conseguiu reduzir para 15 minutos o atraso da cantora que não realizava shows desta dimensão há alguns meses. Passados 35 minutos do horário previsto, Winehouse entra em palco acompanhada por oito músicos, envergando sua grande cabeleira com uma presilha afixada em forma de coração com o nome de seu marido, Blake. Em 50 minutos, Winehouse cantou temas de seus dois álbuns, “Frank” e “Back to Black”. Um dos poucos bons momentos do show de Amy foi a interpretação de “A Message to Rudy”, a antológica dos ska legends, The Specials, que não constava no set list. Sem ter sido capaz de tocar guitarra, por ter sua mão enfaixada, e sem conseguir dançar, pois em sua primeira tentativa ensaiou alguns passos desengonçados, e caiu, Winehouse estava muito distante de uma apresentação condizente com o valor que representa no showbizz.

O público não acolheu Winehouse, mesmo tendo sido ela a responsável por levar boa parte das pessoas que lá estavam. Com exceção dos hits “Rehab” e “Back to Black”, outros temas não foram propriamente celebrados. Foi ventilado nos bastidores que ela tinha todas as condições para cancelar o show, já que estava acompanhada por um médico que constatou sua afonia. A decisão de ter subido em palco – quer tenha sido por vontade própria ou por pressões dos homens de negócio por trás de todo o circo montado – serviu para que o público visse quão frágil é a jovem estrela britânica.

 

 

PAULO GONZO
Quem abriu o primeiro dia do RiR foi Paulo Gonzo. O bluseiro português iniciou sua carreira em meados de 70 e tornou-se um cantor pop. O artista português estabeleceu uma maior identidade com o público que esteve presente no 1º dia de shows. À parte de todos os rótulos que o mercado imprime, suas raízes no blues também estiveram presentes em alguns dos temas que tocou.

 

 

IVETE SANGALO

Ivete Sangalo é a artista brasileira mais querida pelo público jovem português. Tal fato deve-se à promoção de sua música quente em Portugal, desde a primeira edição do evento em 2004. Outro fator é a forte procura pelo turismo no nordeste por parte dos portugueses. A energia da cantora baiana tirou do chão a multidão. Sua apresentação foi um grande espetáculo como de costume, com um cenário vivo e com o LED screen como grande responsável por imprimir a ambientação em palco. O tema “Sorte Grande – Poeira” foi o mais comemorado. A baiana também cantou Tim Maia.

 

 

LENNY KRAVITZ

O melhor show da noite foi o do rocker americano Lenny Kravitz. Sua apresentação eletrizou o público com os decibéis altíssimos saindo dos PAs. Fogos de artifício iluminaram os primeiros acordes de “Back in Vietnan”, na seqüência “Bring it on”. Os riffs do americano aumentavam a tensão do público fazendo com que se tornasse impossível não acompanhá-lo. Seu rock foi sólido, concentrado, conduzido por uma banda calejada e competente. A melhor apresentação da noite. O puro rock de estádio. Set list: “Back in Vietnam”, “Bring it on”, “Always on the Run”, “Where are we Running?”, “Fields of Joy”, “It ain’t Over ‘till it’s Over”, “Tunnel Vision”, “Love Love Love”, “Stillness of Heart”, “I’ll Be Waiting”, “Mr. Cab Driver”, “Dig in”, “Fly Away”, “Let Love Rule”, “Are you Gonna Go my Way (encore)”.

 

 

SKANK
Uma grande festa luso-brasileira aconteceu na apresentação dos mineiros do Skank. Com aproximadamente 74 mil pessoas e ainda de dia, o sol das 19 horas incidia diretamente sobre o palco. As bandeiras e camisetas da multidão brasileira que assistia ao show, somada aos cachecóis da seleção lusa, camisetas e bandeiras das cores de Portugal deram um colorido especial à grande festa do dia 31 de maio. Samuel Rosa, empolgado com o mar de gente, solicitou a todos que agitassem as bandeiras e camisetas, pedindo aos fotógrafos que registrassem a grande festa. Os artistas proveram uma dose concentrada de gingado brasileiro, com músicas já conhecidas como: “Mil Acasos”, “Futebol” e “Balada”.

 

 

Uma canção inédita foi tocada: uma nova versão de “Beleza Pura”, de Caetano Veloso. O cantor dedicou a canção “Amores” aos portugueses, que retribuíram de forma entusiasmada; e improvisou um groove em “Garota Nacional”. O tema que todos cantaram em uníssono foi a balada “Resposta”, uma das mais empolgantes. Após ter executado “Esmola” e “Pacato Cidadão”, Samuel Rosa aproveitou a multidão ligada para falar sobre a desigualdade que assola o Brasil. O líder da banda também participou da festa junto ao público: desceu do palco quando interpretava “Jackie Tequila” e interagiu com todos, subindo, em seguida, ao palco, ofegante.

 

 

ALANIS MORISSETTE

A Alanis Morissette conduziu uma apresentação madura e competente, alternou três novas canções com êxitos de seus antigos sucessos, com especial enfoque para os hits do disco de 1995, “Jagged Litle Pill”. Alguns temas de “Flavors of Entanglement”, seu novo álbum, também fizeram parte do set list. “All I Realy Want” é o tema que marca o regresso ao álbum de 1995, com sua gaita em punho, seguido pela terceira música, a intimista “Perfect”, na qual a canadense toca uma guitarra acústica.

 

 

Frases melódicas das canções que seguem põem em prova toda a capacidade vocal da cantora, que mantém sempre o tom adequado e irrepreensível. A nova música, “Citizen of the Planet”, é poderosa e causou grande impacto na audiência. Foi a mais comentada também, fez chacoalhar a housemix. Após apresentar a também nova “Underneath”, Alanis Morissette fechou sua apresentação com “You Oughta Know”, canção vencedora do Grammy de 1996, “Ironic” e “Thank you”.

 

ALEJANDRO SANZ 
O smooth jazz que o madrileno Alejandro Sanz usa em suas músicas é o estilo responsável por ligar as baladas e os ritmos caribenhos. A banda repleta de músicos latinos e experimentada em sonoridades quentes é o elemento que dá identidade ao show. Com destaques para o trompetista porto-riquenho, da pesada, e suas duas backing vocals, que se sobressaíram em algumas músicas, principalmente em uma delas, do Arkansas, cuja voz linda e potente ecoou por todo o Parque da Bela Vista. Mesmo com toda a boa disposição de Alejandro Sanz, não foi possível animar a platéia, que reagia de forma fria às sonoridades calientes de sua música. Ironicamente, o ponto alto do show de Sanz foi Ivete Sangalo, que subiu ao palco para interpretar o seu maior êxito, “Corazón Partío”, para o qual a platéia reagiu com grande entusiasmo e emoção. Fãs de ambos os artistas empolgaram-se com os passos de dança que os dois trocaram em palco. Com a apresentação de Sanz, ficou claro que o madrileno não tem a mesma dimensão e reconhecimento do público português, diferente do que acontece em seu país natal. Algumas das canções apresentadas no show: “El Tren de los Momentos”, “Quisera Ser”, “Corazón Partío”, “Te lo Agradezco Pero No” e “No es lo Mismo”.

 

BON JOVI
A multidão formada por 74 mil pessoas acompanhou de forma entusiasmada todos os êxitos do Bon Jovi na segunda noite do RiR Lisboa. O mito Jon Bon Jovi e sua banda formada por Richie Sambora, Tico Torres, David Bryan e Hugh MacDonald, como era de se esperar, mostraramse confiantes e preencheram todo palco com sua experiência em eventos desta magnitude, sem parar um minuto. “Lost Highway” e “Whole Lot of Leavin”, temas mais recentes, estiveram dentre grandes sucessos como “Always”, Livin’ on a Prayer” e “You Give Love a Bad Name”, cantados em uníssono pela platéia. A forma com que o artista se dirigia ao público, buscando incessantemente contato com as pessoas mais distantes, nas últimas fileiras do Parque da Bela Vista, merece destaque.

 

 

O artista fez uso, como nenhum outro, das enormes telas distribuídas pelo Parque, que invariavelmente, ampliavam sua imagem em close-up, quase sempre com expressões dramáticas, e a reproduziam centenas de vezes durante o espetáculo. Todos se sentiam muito perto do mito. Os gestos “felinos” de Jon Bon Jovi e a forma dramática como se move em palco, por alguns instantes, cederam lugar a Richie Sambora. O guitarrista da banda cantou “I’ll Be There for You”, canção do álbum de 1998.

 

Ainda permanecem ao longo de quase 30 anos de existência a atualidade e a identidade das músicas produzidas por Bon Jovi. O efeito dos refrões emotivos no público continua emocionando muitos, mesmo aqueles que tiveram contato com a banda há poucos anos. Passaram por “Start me up” dos Rolling Stones em meio a uma versão blues de “Sleep When I’m Dead”. A marca última deixada por Jon Bon Jovi na memória dos fãs foi a despedida com a mão no peito após a última música que cantou, vestido com a camiseta da seleção portuguesa de futebol.

 

Set List: “Lost Highway”, “Born to Be my Baby”, “You Give Love a Bad Name”, “Raise your Hands”, “Runaway”, “Sleep When I’m Dead + Mercy (Duffy)” e “Start me up (Rolling Stones)”, “Whole Lot of Leavin’”, “Into these Arms”, “Always”, “We Got it Goin’ on”, “It’s my Life”, “Keep the Faith”, “I’ll Be there for You”, “Blaze of Glory”, “Who Says you can’t Go Home”, “Have a Nice Day”, “Medicine/Shout”,“Livin’ on A Prayer”, “Someday I’ll Be Saturday Night”, “Wanted Dead or Alive”.

 

 

PÚBLICO ECLÉTICO
O RiR Lisboa foi marcado pela diversidade no 3º dia de shows. Com um número inferior de público se comparado com os dias anteriores, estiveram presentes cerca de 50 mil pessoas, sendo que oito mil delas eram crianças. O primeiro de junho foi marcado como o dia da criança – com entrada gratuita até os 9 anos – no qual se apresentaram durante a tarde e para a alegria dos menores, as bandas: Docemania, Just Girls e 4Taste.

 

 

XUTOS & PONTAPÉS
Veteranos do rock português e acompanhados por uma Big Band de metais, o Xutos & Pontapés, fizeram a multidão cantar seus grandes sucessos. A organização preparou uma surpresa para o público e convidou os atletas olímpicos nacionais a subirem ao palco, que foram ovacionados pela multidão do Parque da Bela Vista. Cerca de 20 atletas cantaram juntamente com os roqueiros o último tema apresentado pela banda, “Casinha”.
Set list: “Não Sou o Único”, “Gritos Mudos”, “O Mundo ao Contrário”, “Fim de Semana”, “Privacidade”, “Dantes”, “Fim do Mês”, “Homem do Leme”, “Nesta Cidade”, “Circo de Feras”, “À minha Maneira”, “Dia de S. Receber”, “Maria”, “Casinha”.

 

 

TOKIO HOTEL
Semanas antes do RiR Lisboa, o vocalista do Tokio Hotel, Bill Kaulitz, por motivos de saúde, foi obrigado a cancelar um show que daria em Lisboa, o que aumentou ainda mais as expectativas dos fãs em assistir a apresentação da banda alemã. Histeria e choro só acabaram com a última música, “By your Side”.
Set list: “Break Away”, “Final Day”, “1.000 Oceans”, “Don’t Jump”, “Totgeliebt”, “Live Every Second”, “Ready, Set, Go!”, “Black”, “Scream”, “Raise your Hands”, “Monsoon”.

 

 

JOSS STONE

Mostrando certa insegurança no início e muito jovem para ser uma diva da soul music – imagem que a mídia européia tenta passar – Joss Stone entrou em palco com um leve e solto vestido de verão e se deu mal. Algum tempo depois a cantora admitiu: “Pensei que faria calor aqui. Estou congelando”. Após dançar e retribuir o calor que vinha da platéia, a inglesa aqueceu-se e trouxe algum entusiasmo para o público masculino com sua voz sensual.

 

ROD STEWART
Com uma compilação de grandes êxitos, o show de Rod Stewart foi excelente e exemplo de competência. Com uma voz cuidada e performance em palco descontraída, esteve cercado por belas mulheres: uma saxofonista, uma violinista e três coristas, além dos músicos de sua banda. O cantor britânico e ex-jogador do Brentford Football Club, time de Londres, abriu o show com “It’s a Heartache”. Para deleite dos mais velhos na audiência, Rod Stewart fechou a sua apresentação com “Sailing”.

 

Set list: “It’s a Heartache”, “This Old Heart”, “Forever Young”, “Some Guys Have All the Luck”, “Rythm of my Heart”, “Downtown Train (Tom Waits)”, “The First Cut is the Deepest (Cat Stevens)”, “You’re in my Heart”, “Having a Party”, “Proud Mary (Tina Turner)”, “Hot Legs”, “Baby Jane”, “Have I Told you Lately”, “Have you Ever Seen the Rain”, “Young Turks”, “Maggie”, “Do Ya Think I’m Sexy?”, “Sailing”.

 

 

MACHINE HEAD E METALLICA A 123 DBS NA HOUSEMIX
Os californianos do Machine Head e do Metallica foram as últimas bandas a se apresentarem no 4º dia de shows. Para aquecerem o recinto: Moonspell seguido por Apocalyptica.

 

 

METALLICA

O Metallica conduziu o momento de maior adesão do público. “The Ecstasy of Gold” foi a introdução para a entrada de James Hetfield (voz/guitarra), Lars Ulrich (bateria), Kirk Hammett (guitarra) e Rob Trujillo (baixo).

 

Para a música “One”, houve até show pirotécnico. A banda saiu do palco para que um ambiente imaginário de guerra fosse criado, com bombas que explodiam no palco e sons de fundo que ambientavam um cenário bélico e caótico. Sons como “Nothing Else Matters”, “Sad But True” e “Enter Sandman” foram cantados pela multidão em êxtase. Mesmo sem ter atingido o número de público que shows anteriores alcançaram, a participação dos metaleiros foi brutal nesta apresentação que ficará gravada na memória de muitos.

 

 

MACHINE HEAD
O Machine Head ensurdeceu o público. Com o descontrole aparente e usando microfonias que pareciam perfurar os tímpanos, começaram sua apresentação com a sinistra “Clenching the Fists of Dissent”. O vocalista e guitarrista da banda, Robb Flynn, incitava o público a todo instante com frases típicas proferidas pelo grupo. Tocaram “Hallowed be Thy Name”, do Iron Maiden, pela primeira vez ao vivo. “Davidian” foi a última música apresentada pela banda, que imprimiu altíssimos decibéis à alta tecnologia sonora disponível aos músicos, sem qualquer descanso para os ouvidos. Caos e porrada foram os presentes do Machine Head para os portugueses. Os músicos terminaram a apresentação deixando ao público o som desconfortável do retorno que os PAs emitiam.

Set list: “Clenching the Fists of Dissent”, “Imperium”, “Now I Lay Thee Down”, “Ten Ton Hammer”, “Aesthetics”, “Old”, “Hallowed Be Thy Name”, “Halo”, “Take my Scars”, “Descend the Shades of Night”, “Davidian”.

 

 

APOCALYPTICA 
A reação do público frente a sonoridades tão diferentes foi de total atenção. A banda instrumental Apocalyptica, originária da Finlândia, subiu ao palco principal do RiR com quatro violoncelos e uma bateria, sem participações de vocalistas convidados. Em vários momentos da apresentação, a música nórdica do Apocalyptica tornou-se curiosa por produzir sons invulgares em shows de metal. Escolheram “Refuse/Resist” do Sepultura para abrir o show, seguindo com melodias poderosas contidas em temas do novo álbum “Worlds Collide”.

 

 

A enérgica “I’m Not Jesus” transforma os sons dos violoncelos em guitarras. Um apelo público em favor do Green Peace, sobre a assinatura de uma petição, foi dirigido ao público pelo vocalista da banda. Outro momento inusitado do show aconteceu quando a banda tocou a “5ª Sinfonia” de Beethoven de forma solene. A bateria de Mikko Sirén destacou-se sempre dos outros instrumentos e deu a base necessária aos outros músicos e suas peripécias sonoras. Set list: “Refuse/Resist”, “Grasse”, “I’m Not Jesus”, “Íon”, “Fight Fire with Fire”, “Beethoven”, “Betrayal”, “Bittersweet”, “Last Hope”, “Seek and Destroy”, “Inquisition Symphony”, “Hall of the Mountain King”, “Seemann”.

 

 

MOONSPELL
A temática sombria, ideal para apresentação dos portugueses do Moonspell, foi quebrada pelo sol que ainda iluminava o palco. Os metaleiros abriram o show com “At Tragic Heights”, do álbum recém lançado “Night Eternal”. A bandeira de Portugal esteve durante toda a apresentação à mostra, cobrindo parte da bateria, simbolizando unidade entre músicos e público, que responderam com grande receptividade a temas como “Finisterra” e “Opium”. Fernando Ribeiro, vocalista da banda, salientou o profissionalismo dos metaleiros, em contraponto à fraca performance de Amy Winehouse no primeiro dia do RiR Lisboa, informando o público: “As bandas de metal não vêm aqui fazer figuras. Damos o máximo”. Alinhamento: “At Tragic Heights”, “Night Eternal”, “Finisterra”, “Opium”, “Nocturna”, “Scorpion Flower”, “Blood Tells”, “Invaded”, “Mephisto”, “Alma Mater”, “Full Moon”.

 

 

OFFSPRING E LINKIN PARK FECHAM O FESTIVAL
O último dia foi marcado como noite especial, principalmente por apresentar quatro bandas de peso na cena do rock internacional: Kaiser Chiefs, Muse, The Offspring e Linkin Park. O Palco Mundo irradiou intensidade e música de alta qualidade.

 

 

KAISER CHIEFS
Do norte da Inglaterra, os Kaiser Chiefs foram a segunda banda a se apresentar, depois dos Orishas, executando um show que surpreendeu a mídia nacional. Os comentários foram a respeito do desempenho do elétrico Ricky Wilson, vocalista da banda, que foi ousado, dentro e fora do palco.

 

Ao som de hits como “Born to Be a Dancer”, “Everyday I Love You Less and Less” e “Ruby”, a multidão foi conquistada logo no início. Esgotado, de tanto pular e dançar em palco, Wilson, deitado no chão, se despediu da multidão eletrizada.

 

 

MUSE
O Muse iniciou o show com o tema “Knights of Cydonia” do álbum “Black Holes and Revelations”. Sentado ao piano, com a guitarra presa ao corpo esperando para ser tocada, a primeira música cresce de forma bem executada, comprovada pela adesão entusiasmada do público.
Outras músicas do álbum como “Supermassive Black Hole” e “Starlight” foram alguns dos destaques, assim como os obrigatórios “Plug In Baby” e “Stockholm Syndrome”. Com uma evidente capacidade de adaptação ao público, esquivandose do tempo limitado de 60 minutos para sua apresentação, o Muse se estabeleceu como uma das bandas mais representativas no cenário do rock internacional.

 

 

THE OFFSPRING
O Offspring revisitou êxitos de toda carreira, como todas as bandas que se apresentaram no Palco Mundo. O punk rock dos norte-americanos comandados pelo vocalista Dexter Holland e por Noodles fizeram a temperatura do parque subir vertiginosamente.

 

“Bad Habit”, “All I Want” e “Have you Ever”, antigos hits da banda, fizeram a alegria dos fãs. Também executaram temas do álbum que será editado ainda em Junho, com o nome “Rise and Fall, Rage and Grasse”. O hino do Offspring, a música “Self Esteem”, foi o momento maior de todo o show.

 

 

LINKIN PARK
Casa cheia. O Linkin Park tomou conta da festa. O new metal de Mike Shinoda e Chester Bennington rendeu a legião de fãs portugueses logo na primeira música, “What I’ve Done” do seu novo álbum Minutes to Mid- night. Os líderes da banda, por diversas vezes ultrapassaram a distância entre o palco e o público, subindo nas grades que os separavam, com o microfone em punho.
Temas de “Hybrid Theory”, o disco de maior sucesso da banda, tiveram respostas eletrizantes do público.

 

 

Tocaram ainda “Pushing Me Away ”, “Breaking the Habit” e “A Place for My Head”. Com um histórico de vendas de 50 milhões de álbuns e dois Grammy Awards na bagag em, o Linkin Park executou um concerto orgânico, e o público com sua voz converteuse em um integrante da banda, no último show do Rock in Rio Lisboa.

 

 

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Parece redutor iniciar qualquer assunto sobre um dos maiores festivais do planeta, o RiR, sem ter em consideração o investimento em comunicação como o fator responsável pela posição que a marca ocupa no showbiz. A marca Rock in Rio – RiR – atingiu o status de projeto transnacional quando, em 2004, Roberto Medina realizou o primeiro RiR Lisboa, identificando o Parque da Bela Vista como sendo o local ideal para a realização do evento, “o Parque da Bela Vista, em Lisboa, graças ao declive natural do terreno, é o local ideal para realizar esta grande festa da família que é o Rock in Rio”.

 

Inicialmente o nome Rock in Rio Lisboa não soou bem aos ouvidos, tanto de brasileiros quanto de portugueses, e as piadas em ambos os lados do Atlântico eram inevitáveis. Mesmo com a ligação histórica que existe entre Lisboa e a antiga capital do império, o Rio de Janeiro, inicialmente parecia inconciliável unir o nome de duas belas cidades como estas e uma marca.

 

Entretanto, foi possível. A resposta para esta questão, que se tornou pequena, como para muitas outras que surgiram durante as três edições do RiR em solo português foi a propaganda. O investimento em divulgação para a 3ª edição do RiR Lisboa foi da ordem de R$ 50 milhões, co-participado por patrocinadores. Com tamanha exposição, o público anestesiado aceitou o nome e de maneira entusiasmada até esgotou as bilheterias de dois dias de espetáculo. De forma a ilustrar a importância do investimento em publicidade, a diretora de marketing da Better World – empresa que está por trás da marca RiR –, Matilde Magalhães, afirmou à agência Lusa que na segunda edição do evento em Portugal, no ano de 2006, “mais de 5 mil notícias na imprensa geraram um retorno médio superior a R$ 64,5 milhões e o portal de um dos parceiros recebeu mais de 5 milhões de acessos nos dias do evento”. O início do reconhecimento da marca se deu em 1985, após 10 dias ou 90 horas de música, com o Rock in Rio I, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O mineiro e líder da banda Skank, Samuel Rosa, que se apresentou pela primeira vez em um RiR, abriu o 2º dia de shows em Lisboa elogiando o RiR e destacou o papel do evento como marco indelével no showbiz brasileiro.

 

A internacionalização se expande pela Península Ibérica e chega à Espanha. A versão do RiR Madrid aconteceu nos dias 27 e 28 de junho e 4, 5 e 6 de julho. “O desafio que iniciamos na Espanha foi o de construir uma marca”, afirmou o diretor-geral da Better World, José Magro. Parece que o RiR quer dominar o mundo da música

 

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PALCO MUNDO

30 de Maio – Lenny Kravitz, Amy Winehouse, Ivete Sangalo e Paulo Gonzo

31 de Maio – Bon Jovi, Alejandro Sanz, Alanis Morissette e Skank

1° de Junho – Rod Stewart, Joss Stone, Tokio Hotel e Xutos & Pontapés Rock N’ Roll Big Band, Just Girls, 4Taste, Docemania

5 de Junho – Metallica, Machine Head, Apocalyptica e Moonspell

6 de Junho – Linkin Park, The Offspring, Muse, Kaiser Chiefs e Orishas

 

SUNSET ROCK IN RIO

30 de Maio – Philharmonic Weed & Prince Wadada / Ricardo Azevedo & Lúcia Moniz / Sam the Kid & Cool Hipnoise

31 de Maio – NBC & Verónica Larrenne / João Gil & Tito Paris & Marisa Pinto / Homenagem a Rui Veloso: Expensive Soul & Sara Tavares

1° de Junho – Jazzinho & Melo D / Ala dos Namorados & Rão Kyao & Nancy Vieira / Boss AC & Vitorino

5 de Junho – André Indiana & SP & Wilson / Wraygunn & The Faith Gospel Choir Featuring The Legendary Tiger Man / Tim & Jorge Palma

6 de Junho – Caim & Plaggio & The Agency / Brothers of Brazil / Buraka Som Sistema & Deize Tigrona & Bruno M / Clã & Pato Fu

 

ELETRÔNICA

30 de Maio – Paul Van Dyk, Axwell, Diego Miranda e Mary Zander

31 de Maio – Carl Cox, Darren Emerson, Christian Smith e Carlo Dall’Anese

1° de Junho – David Morales, Dimitri From Paris, Tony Humphries, Kym Mazelle LIVE PA, Mário Roque e Leote

5 de Junho – 2 Many DJ’s, The Crystal Method – DJ SET, Miguel Quintão e Zé Pedro

6 de Junho – Sasha & Digweed, DJ Vibe, Tó Ricciardi e Stereo Addiction